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"O governo não nos dá outra saída", afirma líder grevista
DE CARACAS
Um dos líderes da paralisação de ontem, o presidente do
Comitê Cívico Pró-Santa Cruz,
Branko Marinkovic, disse que o
governo Evo Morales se recusa
a dialogar e que a violência foi
"isolada". "Lamentavelmente,
o governo não nos dá outra saída, quer impor à força um modelo ideológico", disse ele à Folha, por telefone.
Adversário histórico de Morales, o comitê reúne a elite
econômica de Santa Cruz, o departamento mais próspero do
país, e tem forte influência política na região -o atual governador, Rubén Costas, é um antecessor de Marinkovic.
O dirigente, um banqueiro de
origem croata, afirma que o
partido governista, MAS (Movimento ao Socialismo), agiu de
maneira "ilegal" ao retirar o tema da mudança de capital da
Assembléia Constituinte e ao
afastar quatro juízes do Tribunal Constitucional. Sobre a
União Juvenil Cruzenhista, ligada ao comitê e acusada de
atos violentos, Marinkovic disse que é uma "pequena agrupação e de maneira nenhuma são
fascistas".
"Houve muitas provocações
por parte dos partidários do
MAS. Foram fatos muito isolados. O que temos de ver é que
uma cidade de quase 2 milhões
de habitantes parou de maneira voluntária. E não sabemos
sequer se foi a União Juvenil.
Poderiam ser muito facilmente
agentes cubanos e venezuelanos que estão aí infiltrados."
(FABIANO MAISONNAVE)
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