São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 2011

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DIÁRIO DE TRÍPOLI

'Até a Síria', dizem jornalistas ao se despedir

DOS ENVIADOS A TRÍPOLI

Muitos dos jornalistas enviados a Trípoli para cobrir a queda do regime de Muammar Gaddafi são os mesmos que estiveram meses atrás no leste da Líbia, berço da revolta popular que se espalhou pelo país.
Para aquele grupo de dezenas de repórteres e fotógrafos baseados na capital rebelde, Benghazi, chegar a Trípoli no rastro do avanço insurgente era um sonho. O desfecho ideal para o mito do jornalista testemunha da história.
"Nos vemos em Trípoli" era o que mais se ouvia em meio aos abraços de despedida quando algum jornalista encerrava a cobertura e voltava para casa.
Apoiados pelos bombardeios da Otan (aliança militar ocidental), os rebeldes tomaram Trípoli. E cá estamos outra vez reunidos, jornalistas de origem, idades e perfis diversos.
Como numa família, há afinidades naturais e rixas. O colega dinamarquês continua piadista e generoso em dicas de cobertura. A repórter do jornalão americano mantém a cara amarrada.
O fotógrafo suíço ficou mais simpático. O veterano correspondente de guerra italiano segue gesticulando ao celular.
A solidariedade persiste. Muitos oferecem ajuda à colega espanhola que teve seu laptop roubado.
Quando a internet cai, os que não têm conexão por satélite encontram jornalistas dispostos a emprestar equipamento.
Tensões também continuam. Há equipes de reportagem que se recusam a dar carona para colegas com orçamento reduzido.
Dia desses, um europeu gritou a um líbio: "é graças a nós que vocês estão livres". O humor melhora com o fim dos combates.
Muita gente já está indo embora. Desta vez, a saudação da despedida é: "nos vemos na Síria". (SAMY ADGHIRNI E APU GOMES)


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