São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2003 |
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IRAQUE OCUPADO Deputados que investigaram alegações contra Bagdá dizem que informações eram "repletas de incertezas" Congresso dos EUA vê falhas em dados sobre armas
DA REDAÇÃO Quatro meses de trabalho e a análise de 19 volumes de documentos confidenciais usados como base da acusação, pelo governo americano, de que o Iraque possuía armas de destruição em massa levaram uma comissão de inteligência do Congresso dos EUA a concluir que a defesa da guerra foi feita com base em informações "circunstanciais", "repletas de incertezas", e que há "falta de conexão entre as declarações públicas [do governo] e a inteligência em que se baseiam". O jornal "The Washington Post" e a agência Reuters divulgaram ontem trechos de uma carta enviada nesta semana por dois membros da Comissão Permanente de Inteligência da Câmara ao diretor da CIA, George Tenet, na qual é questionada a precisão das informações sobre o Iraque. A comissão é dirigida pelo republicano (governista) Porter J. Goss, ex-agente da CIA. Ele e a democrata (oposicionista) Jane Harman assinam o texto, cujo teor não foi votado pela junta. O documento diz que há "deficiências significativas" nas informações usadas pelo governo e que este se baseou em avaliações anteriores a 1998, quando os inspetores da ONU deixaram o Iraque, e em "dados fragmentados" -ambos os quais "não foram questionados como de praxe". O porta-voz da CIA, Bill Harlow, chamou a acusação de "absurda". A carta também diz não haver certeza da ligação de Bagdá à Al Qaeda, a rede terrorista responsável pelo 11 de Setembro. Após a divulgação da carta, Condoleezza Rice, conselheira de segurança nacional, defendeu a existência de "dados novos de inteligência" que endossariam as acusações sobre o suposto arsenal. O secretário de Estado, Colin Powell, disse: "Temos todas as razões para crer que havia armas de destruição em massa. Não temos do que nos arrepender." A suposta manutenção por Bagdá de um programa de armas de destruição em massa que existia antes da Guerra do Golfo (1991) foi a principal bandeira empunhada pelos EUA e pelo Reino Unido na defesa da guerra. Com a popularidade em baixa, o premiê britânico, Tony Blair, também defendeu a guerra e a existência do suposto arsenal. "Não peço desculpas pelo Iraque e tenho orgulho do que fizemos", declarou à rede BBC. "Sabemos perfeitamente que ele [Saddam] mantinha as armas." Com agências internacionais Texto Anterior: Queda de árvore é provável causa Próximo Texto: Powell promete nova resolução para amanhã Índice |
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