São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

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Câmara da Polônia avalia convocar eleição

Racha na coalizão e tentativa de suborno enfraquecem governo direitista, só há dois meses no poder

DA REDAÇÃO

A Câmara dos Deputados da Polônia decidiu ontem apresentar uma moção para dissolver o Parlamento e convocar novas eleições em uma sessão em 10 de outubro. É mais um sinal da escalada da crise política do governo ultraconservador do primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski, no poder apenas desde julho.
Na terça-feira, a divulgação de um vídeo em que o principal assessor do primeiro-ministro tenta subornar uma deputada aprofundou a crise da coalizão no poder, que reúne o partido conservador Lei e Justiça, de Kaczynski, o partido de ultradireita Liga das Famílias Polonesas e o populista de esquerda Autodefesa.
Na sexta-feira passada, o Autodefesa foi expulso da coalizão. Seu líder não parava de atacar o governo e de criticar o Orçamento e a falta de recursos para políticas sociais. Kaczynski disse que a prioridade era manter o déficit em 2,9%, como exige a União Européia.
Justamente uma deputada do Autodefesa, Renata Berger, foi assediada pelo chefe de gabinete do primeiro-ministro, Adam Lipinski. No vídeo exibido pela televisão, o assessor oferece à deputada o cargo de Secretária de Agricultura, além de pagar a multa para que ela mudasse de partido (troca de partido rende multa de 125 mil na Polônia).
Kaczynski foi eleito prometendo acabar com a corrupção. A ruptura com o Autodefesa deixou o primeiro-ministro sem sustentação parlamentar suficiente. O Lei e Justiça tem 156 deputados, de um total de 460. Ainda assim, acredita-se que seja difícil a Câmara aprovar a convocação de novas eleições. Para isso, são necessários dois terços dos deputados.
Para o presidente da Polônia, Lech Kaczynski, eleito em outubro do ano passado e irmão gêmeo do primeiro-ministro, "nenhum outro governo é capaz de governar melhor".
Além da Polônia, Hungria e República Tcheca são outros dos novos membros da União Européia que enfrentam crises políticas nas últimas semanas.


Com agências internacionais


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