|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Câmara da Polônia avalia convocar eleição
Racha na coalizão e tentativa de suborno enfraquecem governo direitista, só há dois meses no poder
DA REDAÇÃO
A Câmara dos Deputados da
Polônia decidiu ontem apresentar uma moção para dissolver o Parlamento e convocar
novas eleições em uma sessão
em 10 de outubro. É mais um
sinal da escalada da crise política do governo ultraconservador do primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski, no poder
apenas desde julho.
Na terça-feira, a divulgação
de um vídeo em que o principal
assessor do primeiro-ministro
tenta subornar uma deputada
aprofundou a crise da coalizão
no poder, que reúne o partido
conservador Lei e Justiça, de
Kaczynski, o partido de ultradireita Liga das Famílias Polonesas e o populista de esquerda
Autodefesa.
Na sexta-feira passada, o Autodefesa foi expulso da coalizão. Seu líder não parava de
atacar o governo e de criticar o
Orçamento e a falta de recursos
para políticas sociais. Kaczynski disse que a prioridade era
manter o déficit em 2,9%, como
exige a União Européia.
Justamente uma deputada
do Autodefesa, Renata Berger,
foi assediada pelo chefe de gabinete do primeiro-ministro,
Adam Lipinski. No vídeo exibido pela televisão, o assessor
oferece à deputada o cargo de
Secretária de Agricultura, além
de pagar a multa para que ela
mudasse de partido (troca de
partido rende multa de 125
mil na Polônia).
Kaczynski foi eleito prometendo acabar com a corrupção.
A ruptura com o Autodefesa
deixou o primeiro-ministro
sem sustentação parlamentar
suficiente. O Lei e Justiça tem
156 deputados, de um total de
460. Ainda assim, acredita-se
que seja difícil a Câmara aprovar a convocação de novas eleições. Para isso, são necessários
dois terços dos deputados.
Para o presidente da Polônia,
Lech Kaczynski, eleito em outubro do ano passado e irmão
gêmeo do primeiro-ministro,
"nenhum outro governo é capaz de governar melhor".
Além da Polônia, Hungria e
República Tcheca são outros
dos novos membros da União
Européia que enfrentam crises
políticas nas últimas semanas.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: China: PC em Xangai tem novo caso de corrupção Índice
|