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Herdeiros do Grupo Clarín farão exame de DNA hoje
Objetivo é saber se pais biológicos dos dois são vítimas da ditadura argentina
A pedido dos examinados, amostras serão comparadas só com as de duas famílias, não com as 22 pretendidas pelas Avós da Praça de Maio
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
Por determinação judicial, os
herdeiros da proprietária do
Grupo Clarín, Ernestina Herrera De Noble, devem submeter-se hoje a um exame de sangue, para verificar, por provas
comparativas de DNA, se seus
pais biológicos são vítimas da
ditadura militar argentina
(1976-1983).
Marcela e Felipe Noble Herrera foram adotados por Ernestina em 1976. Segundo depoimento de um ex-sócio, a adoção
foi intermediada pelo CEO do
grupo, Héctor Magnetto, com o
ditador Jorge Videla, dando a
Ernestina a guarda das crianças, que haviam sido apropriadas pelos militares de militantes políticas assassinadas.
As Avós da Praça de Maio,
que movem a ação para investigar a paternidade dos filhos de
Ernestina, contabilizam 22 famílias em busca de "netos" que
poderiam ser Marcela e Felipe.
Na ordem que dispôs o exame, porém, o juiz responsável
pela causa, Conrado Bergesio,
acatou as condições requeridas
pelos herdeiros de Ernestina.
Marcela e Felipe terão o direito de extrair sangue no local
de sua preferência -e não no
órgão designado pelo Estado
para esse tipo de prática. Eles
garantiram também que suas
mostras de DNA sejam comparadas somente com as de duas
famílias que alegam tê-los como descendentes, e não com
todo o banco de dados de prováveis progenitores.
Bergesio, que está à frente da
causa há sete anos, deu ontem a
ordem para o exame, depois
que dois juízes da Câmara Federal ordenaram que ele determinasse a medida "imediatamente e sem mais demoras".
As Avós, que haviam comemorado a decisão da Câmara,
classificaram de "ilegal" a ordem de Bergesio, por configurar tratamento especial aos
herdeiros de Ernestina. Elas
afirmaram que usarão "recursos legais" para reverter o ato.
A reativação dessa causa foi
classificada pela deputada opositora ao governo Elisa Carrió
como parte de investida oficial
contra o Grupo Clarín.
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