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Segundo Iraque, mortos de Najaf pertenciam a grupo messiânico
Governo diz que líder do grupo afirmava ser imã Mehdi, salvador dos xiitas
DA REDAÇÃO
Funcionários do governo iraquiano informaram que os supostos insurgentes mortos entre domingo e ontem na região
de Najaf faziam parte de um
grupo messiânico chamado
"Soldados do Céu".
Segundo o governo, o número de mortos na batalha, anteriormente estimado em 250,
passou oficialmente a ser 200.
Entre 120 e 150 pessoas foram
presas e 60 ficaram feridas.
A batalha - que teve presença de militares norte-americanos- foi a pior na Província
desde que os EUA devolveram
Najaf para o controle do governo iraquiano, em dezembro.
Dois militares americanos foram mortos na queda de um helicóptero e dez soldados iraquianos morreram durante os
confrontos.
Os "Soldados do Céu" eram
pouco conhecidos antes do episódio ocorrido neste final de semana. O pouco que se sabe sobre o grupo vem de informações governamentais.
Em entrevista para uma rede
de televisão iraquiana, o vice-governador da Província de Najaf (de maioria xiita), Abdul
Hussein Abtan, afirmou que o
líder do grupo, um iraquiano
que dizia se chamar Mehdi bin
Ali bin Ali bin Abi Taleb e ser
descendente de Maomé, também está morto. De acordo com
Abtan, Taleb afirmava que era o
imã Mehdi -líder espiritual do
século 9 que muitos xiitas acreditam que retornará um dia para restabelecer a paz e a justiça.
O vice-governador descreve
o movimento como "uma organização ideológica e militar
com bastante experiência". Ele
afirma que o movimento é formado por um grupo pequeno,
mas que atraiu uma grande
quantidade de "pessoas ingênuas" nos últimos dias por declarar a volta do imã Mehdi.
Dentre essas "pessoas ingênuas", estavam mulheres e
crianças, que podem estar entre os mortos e feridos.
Segundo o governador de Najaf, Asad Abu Galal, os "Soldados do Céu" -formados por
iraquianos sunitas, xiitas e estrangeiros- planejavam atacar
a comunidade xiita e peregrinos durante o festival religioso
de Ashura -que teve início na
semana passada- e matar os
grandes aiatolás. Se o ataque
fosse bem sucedido, era sinal de
que o imã Mehdi voltara.
De acordo com o general iraquiano Othman Al Ghanemi, o
ataque, que envolveria entre
600 e 700 pessoas armadas, estava planejado para hoje
-principal dia da Ashura e dia
em que os xiitas acreditam que
Mehdi possa voltar. Ele afirma
que o Exército apreendeu 500
rifles automáticos, morteiros e
foguetes russos Katyusha, que
estavam sob poder do grupo.
De acordo com dois clérigos
xiitas, a origem do grupo é outra. Segundo eles, os insurgentes faziam parte de um grupo
xiita que Saddam Hussein ajudou a fundar, na década de 90,
para competir com os seguidores do aiotalá Ali Al Sistani.
Outros confrontos
Entre confrontos violentos
envolvendo grupos que acreditam que imã Mehdi voltou, está
o episódio liderado pela oposição às forças imperiais britânicas no Sudão, nos anos de 1880,
e outro envolvendo 350 pessoas que tomaram a Grande
Mesquita, na Árabia Saudita,
em 1979. Cerca de 250 pessoas
morreram na ocasião.
Ontem, em outras regiões do
Iraque, ao menos 15 pessoas
morreram em ataques.
Com agências internacionais
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