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"BALCANIZAÇÃO'
Saiba mais
sobre a região
RICARDO BONALUME NETO
especial para a Folha
Os Balcãs (região onde fica a Iugoslávia) podem ser
comparados a uma colcha
de retalhos feitas de grupos
étnicos em permanente
costura. "Balcanização" entrou para os dicionários
modernos como sinônimo
de fragmentação política e
conflitos constantes.
Desde o século 17, a região
vive esse clima, agravado
pelas intervenções ocasionais de grandes potências.
Por vários séculos a região
esteve unificada sob domínio dos turcos otomanos. O
fracasso turco em tomar
Viena (Áustria), em 1683,
dá início à decadência otomana. As dezenas de nacionalidades começam então a
reclamar autonomia.
Há em torno de 20 línguas
principais faladas na região.
E, como as fronteiras foram
desenhadas pelas várias
guerras, cada país tem suas
minorias étnicas.
O primeiro grande conflito que abocanhou bons pedaços aos turcos foi a crise
de 1877-78. Aproveitando a
guerra russo-turca, tornaram-se independentes ou
autônomos Bulgária, Montenegro, Sérvia e Romênia.
Tanto os pequenos países
da região como as maiores
potências européias aproveitaram crises para conquistar mais terra ou evitar
que um rival o fizesse. A
Áustria aproveitou para
ocupar a Bósnia em 1878.
A Guerra Ítalo-Turca pela
Líbia, de 1911, foi a oportunidade para Bulgária, Sérvia e Grécia quase eliminarem a Turquia da Europa
em 1912-13. Sobrou apenas
um encrave em torno da antiga capital, Istambul.
O estopim da Primeira
Guerra Mundial (1914-1918)
foi o assassinato do herdeiro do trono austríaco em
Sarajevo. Depois da guerra,
surgem novos países, entre
os quais a Iugoslávia, reunindo Bósnia-Herzegóvina,
Croácia, Sérvia, Eslovênia,
Macedônia e Montenegro.
Com a invasão alemã dos
Balcãs na Segunda Guerra
(1939-1945), algumas nacionalidades aproveitam
para reivindicar autonomia
ou conquistar territórios, se
aliando aos invasores.
Com o fim da guerra e o
advento do comunismo, o
problema das nacionalidades foi abafado, só para surgir de novo, incluindo mais
guerra, na década de 90,
com o fim do comunismo.
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