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São Paulo, domingo, 30 de março de 2003

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AÇÃO MILITAR

Desabastecimento compromete ofensiva; atentado mata 4 e Iraque promete mais

Oficial fala em pausa; comando nega

DA REDAÇÃO

Um ataque suicida com um carro-bomba matou quatro soldados norte-americanos ontem em Najaf (região central do Iraque), segundo informações do comando central de operações dos EUA.
O ataque ocorreu em um posto de controle da coalizão em uma rodovia ao norte de cidade, considerada sagrada pelos muçulmanos xiitas. De acordo com agências de notícias, um táxi parou no posto e seu ocupante pediu auxílio. Quando os militares americanos se aproximaram do veículo, ele explodiu. Foi o primeiro ataque suicida contra forças anglo-americanas desde que a invasão ao Iraque teve início, dia 20 passado. O Iraque vem usando táticas de guerrilha para tentar enfrentar a supremacia militar inimiga.
Em Bagdá, o vice-presidente iraquiano, Taha Yassin Ramadan, identificou o suicida como sendo Ali Jaafar al Namani, um membro do Exército iraquiano. E disse que os ataques suicidas vão se tornar ""estratégia militar rotineira". ""Qualquer método que pare ou mate nosso inimigo será usado", disse Radaman. De acordo com a TV iraquiana, Saddam Hussein teria condecorado o suicida com medalhas póstumas.
Serviços de inteligência dos EUA teriam alertado sobre a possibilidade de ataques suicidas. Dissidentes iraquianos sustentaram que Saddam abriu um campo de treinamento para voluntários árabes que se dispusessem a tomar parte em atentados suicidas contra as tropas invasoras. Fita divulgada antes da guerra, supostamente gravada por Osama bin Laden, o terrorista saudita responsável pelo ataques de 11 de setembro, convocava os iraquianos a empregar esse tipo de tática.
Em entrevista há dez dias, o chanceler Naji Sabri disse aos iraquianos que centenas de ""mártires árabes foram treinados para a batalha contra o inimigo".
Pressionados pelas emboscadas e pelos problemas no suprimentos de munições, combustíveis e alimentação, os EUA teriam ordenado uma pausa de entre quatro a seis dias no avanço de suas tropas rumo ao norte (a Bagdá), segundo informaram comandantes militares citados pela agência Reuters. Em ao menos uma unidade teria ocorrido racionamento de comida. O número de refeições diárias teria sido limitado a um.
Uso de veículos blindados, que consomem enorme quantidade de diesel, e até mesmo o de baterias dos rádios usados pelos soldados, estariam sendo limitados. A água não figuraria ainda entre os itens racionados.
O comando central de operações dos EUA negou a ocorrência da pausa. Mas oficiais informaram que uma divisão aerotransportada chegou ontem a uma base em Nassiriah (a sudeste de Bagdá) para tentar proteger as linhas de suprimentos das tropas mais avançadas. Soldados americanos estariam revistando casas na região à procura de milicianos iraquianos que se disfarçam de civis.
Em Najaf, os norte-americanos teriam iniciado a abertura de um campo de pouso para receber cargueiros C-130 -que facilitariam a entrega de materiais e comida.
Novos combates foram travados em Umm Qasr, extremo sul do Iraque e que a coalizão anunciara como área controlada, um dia depois de os britânicos começarem a usar o porto para o desembarque de ajuda humanitária. Mas a resistência iraquiana disparou tiros de canhão ontem contra posições anglo-americanas.

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