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Coalizão aumenta ataques no Iraque
Um dia depois dos americanos, britânicos entram em guerra de Bagdá contra grupo xiita rebelde
Combates já deixaram pelo
menos 300 mortos desde
terça-feira passada; premiê
iraquiano diz que Sadr é pior
que terroristas da Al Qaeda
DA REDAÇÃO
Um dia depois de as forças
americanas entrarem, a pedido
do governo iraquiano, na ofensiva contra a milícia xiita Exército de Mehdi em Basra e Bagdá, ontem foi a vez das tropas
britânicas aderirem ao conflito.
Autoridades de Londres informaram à rede BBC que
aviões britânicos participaram
de ataques no norte de Basra, a
pedido das forças iraquianas,
que tentam há cinco dias retomar o controle da capital petrolífera do Iraque.
No antes relativamente calmo sul do país, aeronaves americanas continuaram ontem a
bombardear alvos do Exército
de Mehdi, a milícia xiita do clérigo radical Moqtada al Sadr,
que, ante os ataques, ameaça
romper a trégua que mantém
desde agosto.
Seguidores do clérigo radical
acusam o governo de se aproveitar da trégua -crucial para a
redução da violência no país- a
fim de esmagar a milícia.
Apesar do toque de recolher,
que foi prorrogado por tempo
indeterminado, os combates
também continuam em Bagdá,
onde Sadr é muito popular, sobretudo nos bairros pobres.
Nos últimos dois dias, ao menos 48 milicianos foram mortos nos bombardeios dos EUA a
Basra, e, desde terça, outros 120
em confrontos com forças do
governo na cidade do sul.
Além disso, autoridades hospitalares de Bagdá colocavam
ontem em pelo menos 133 os
mortos -e em 647 os feridos-
nos últimos choques em Bagdá
entre milícias e as forças do governo iraquiano com apoio das
dos EUA. O número total de vítimas passa de 300.
Entusiasmado com a resistência à ofensiva do governo,
Sadr, em entrevista à TV Al Jazeera -sua primeira aparição
pública em 10 meses-, conclamou seus seguidores a não entregarem suas armas em troca
de dinheiro, como sugeriu o
premiê Nuri al Maliki.
Oposto à ocupação americana no Iraque, o movimento de
Moqtada al Sadr acusa o premiê Maliki de ser um capacho
dos EUA e exige sua renúncia.
Ontem, Maliki comparou os
sadristas com membros da rede terrorista Al Qaeda, dizendo
que eles "são piores ainda". O
premiê está em Basra para observar as operações militares e
encontrar líderes tribais.
O governo do Irã, que mantém relações privilegiadas com
Bagdá, pediu ontem o fim dos
combates entre forças iraquianas e grupos xiitas para que
"não haja nenhum pretexto para as tropas americanas permanecerem no Iraque".
Com agências internacionais
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