São Paulo, domingo, 30 de março de 2008

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Coalizão aumenta ataques no Iraque

Um dia depois dos americanos, britânicos entram em guerra de Bagdá contra grupo xiita rebelde

Combates já deixaram pelo menos 300 mortos desde terça-feira passada; premiê iraquiano diz que Sadr é pior que terroristas da Al Qaeda

DA REDAÇÃO

Um dia depois de as forças americanas entrarem, a pedido do governo iraquiano, na ofensiva contra a milícia xiita Exército de Mehdi em Basra e Bagdá, ontem foi a vez das tropas britânicas aderirem ao conflito.
Autoridades de Londres informaram à rede BBC que aviões britânicos participaram de ataques no norte de Basra, a pedido das forças iraquianas, que tentam há cinco dias retomar o controle da capital petrolífera do Iraque.
No antes relativamente calmo sul do país, aeronaves americanas continuaram ontem a bombardear alvos do Exército de Mehdi, a milícia xiita do clérigo radical Moqtada al Sadr, que, ante os ataques, ameaça romper a trégua que mantém desde agosto.
Seguidores do clérigo radical acusam o governo de se aproveitar da trégua -crucial para a redução da violência no país- a fim de esmagar a milícia.
Apesar do toque de recolher, que foi prorrogado por tempo indeterminado, os combates também continuam em Bagdá, onde Sadr é muito popular, sobretudo nos bairros pobres.
Nos últimos dois dias, ao menos 48 milicianos foram mortos nos bombardeios dos EUA a Basra, e, desde terça, outros 120 em confrontos com forças do governo na cidade do sul.
Além disso, autoridades hospitalares de Bagdá colocavam ontem em pelo menos 133 os mortos -e em 647 os feridos- nos últimos choques em Bagdá entre milícias e as forças do governo iraquiano com apoio das dos EUA. O número total de vítimas passa de 300.
Entusiasmado com a resistência à ofensiva do governo, Sadr, em entrevista à TV Al Jazeera -sua primeira aparição pública em 10 meses-, conclamou seus seguidores a não entregarem suas armas em troca de dinheiro, como sugeriu o premiê Nuri al Maliki.
Oposto à ocupação americana no Iraque, o movimento de Moqtada al Sadr acusa o premiê Maliki de ser um capacho dos EUA e exige sua renúncia.
Ontem, Maliki comparou os sadristas com membros da rede terrorista Al Qaeda, dizendo que eles "são piores ainda". O premiê está em Basra para observar as operações militares e encontrar líderes tribais.
O governo do Irã, que mantém relações privilegiadas com Bagdá, pediu ontem o fim dos combates entre forças iraquianas e grupos xiitas para que "não haja nenhum pretexto para as tropas americanas permanecerem no Iraque".


Com agências internacionais


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