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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

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OMS volta atrás em alerta contra Toronto

DA REDAÇÃO

Após sofrer intensas pressões por parte do governo canadense, a OMS (Organização Mundial da Saúde) abandonou ontem sua advertência contra viagens não-essenciais a Toronto, afirmando ter ficado satisfeita com as medidas do governo para evitar a disseminação do vírus da Sars (síndrome respiratória aguda grave).
A medida entra em vigor hoje, disse a diretora-geral da OMS, Gro Harlem Brundtland. Ela acrescentou que a OMS ainda considera Toronto uma "área afetada". A OMS continua advertindo contra viagens não-essenciais a Hong Kong, a Pequim e às Províncias de Guangdong e Shanxi, todas localidades chinesas.
Tony Clement, ministro da Saúde da Província de Ontário, reagiu com satisfação à medida.
"Certamente sabemos que nossa vigilância não pode parar e que temos uma responsabilidade dentro e fora de nossas fronteiras de continuar lutando e vencer o combate contra a Sars", afirmou.
Clement, que encontrou Brundtland por uma hora ontem, enfatizou que nenhum caso da doença foi relatado em Toronto nos últimos 20 dias, o dobro do período de incubação da doença. Mas, segundo a agência de notícias France Presse, o número de casos de suspeita de Sars em Toronto subiu de 142 para 144 ontem.
A OMS afirmara anteontem que o Canadá parecia ter superado a pior fase do surto de Sars que deixou 21 mortos entre os 343 casos da doença relatados no país. A maioria dos casos ocorreu em Toronto, e autoridades dos serviços de saúde usaram o isolamento, o controle e o rastreamento de casos para tentar conter a doença.
O Canadá é o único país fora da Ásia onde pessoas morreram de Sars, mas autoridades canadenses ficaram ultrajadas quando, há uma semana, a OMS advertiu contra viagens não-essenciais a Toronto por três semanas.
A advertência da OMS causou uma queda imediata no número de turistas, já que conferências e outros eventos foram cancelados.
Ontem, o premiê canadense, Jean Chrétien, afirmou que a epidemia de Sars estava prejudicando a economia canadense.
"Toda a economia canadense está sendo afetada. Houve uma queda considerável de atividades econômicas em Toronto, mas Montreal também foi afetada, assim como Vancouver e Halifax", disse. "Toda a economia canadense vai sofrer, mas esperamos que não tanto quanto se prevê."
A área de Toronto é responsável por 20% da produção econômica do país, e vários economistas baixaram suas previsões de crescimento após o início do surto.


Com agências internacionais


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