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ORIENTE MÉDIO
Ação em Tel Aviv ocorre horas após aprovação de gabinete moderado
Palestinos aprovam governo; terrorista mata 3 em Israel
DA REDAÇÃO
O Parlamento palestino em Ramallah (Cisjordânia) aprovou ontem o gabinete do novo premiê,
Mahmoud Abbas -mais conhecido como Abu Mazen. Foram 51
votos a favor e 18 contra. A decisão deve levar à apresentação de
um novo plano de paz.
Horas depois da aprovação,
uma grande explosão na madrugada de hoje em Tel Aviv matou
ao menos 3 pessoas e feriu cerca
de 30, no que poderia ser um recado dos terroristas palestinos ao
novo gabinete. Até o fechamento
desta edição, nenhum grupo havia reivindicado o ataque. A ação
aconteceu em um pub perto da
embaixada americana. Os EUA
condenaram o atentado, mas disseram que não impedirá a apresentação do plano de paz.
Gabinete
Os EUA se mostraram satisfeitos com a aprovação. Israel afirmou que irá esperar pelas ações
de Mazen. A criação do cargo de
premiê era uma exigência israelense e americana para a retomada do processo de paz. Mazen
sempre foi o nome preferido por
ser moderado e ter dado declarações contrárias à Intifada (levante
contra a ocupação israelense).
Arafat inicialmente resistiu a ceder poder, mas recuou após fortes
pressões dos EUA e da Europa.
O grupo terrorista Hamas disse
que se oporá ao novo governo palestino, que promete combater a
estrutura terrorista em troca de
avanço nas negociações de paz.
O premiê passará a controlar a
administração diária da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e
a segurança interna, responsável
pela repressão aos grupos terroristas. Segundo analistas, isso pode levar a uma guerra civil entre
os palestinos. Como presidente
da ANP, Arafat manterá o controle sobre algumas áreas da segurança palestina. E permanece como a voz final em um possível
acordo de paz com Israel.
Arafat chegou a se opor ao gabinete, com vários membros que o
criticam. Analistas dizem que ele
e Mazen -aliados desde os anos
60- podem entrar em choque.
Para que Arafat participasse da
reunião do Parlamento, parte da
sessão foi realizada em seu QG em
Ramallah. Ele é impedido por Israel de deixar o local.
Arafat foi descartado pelos EUA
e por Israel para negociar a paz
por ser conivente com o terror.
O novo premiê se disse "feliz
com a democracia palestina, apesar das ameaças de militantes
contrários a seu projeto de negociar a paz com Israel". "Espero
que esse gabinete não desaponte
nosso povo", disse.
O porta-voz da Casa Branca, Ari
Fleischer, disse que o presidente
George W. Bush irá divulgar em
breve o novo "plano de paz". "O
presidente pretende trabalhar
conjuntamente com palestinos e
israelenses para avançar em direção à paz no Oriente Médio."
O projeto pode ser divulgado
oficialmente hoje. Prega um cessar-fogo, que os palestinos combatam imediatamente os grupos
terroristas e que Israel congele a
construção de assentamentos em
Gaza e Cisjordânia.
Até 2005 seria criado um Estado
palestino com fronteiras provisórias. Em 2005, após a negociação
de temas como Jerusalém, assentamentos judaicos e direito de retorno dos palestinos, seria criado
um Estado com fronteiras finais.
Mazen disse ontem que os palestinos "não esperam menos do
que um Estado com Jerusalém como capital, uma unidade [geográfica] do país e o desmantelamento
dos assentamentos [judaicos]".
O governo de Israel disse que
"Mazen e seu governo serão julgados por suas ações".
Mazen disse que só "o governo
palestino deve ter armas". O recado foi para os grupos terroristas.
O líder do Hamas Abdel Aziz
Rantisi manifestou oposição ao
novo governo e disse que o grupo
não irá se desarmar. Ele afirmou
que se Mazen tentar agir contra o
grupo, o Hamas irá se defender.
Com agências internacionais
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