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China condena 30 por protesto no Tibete
Penas vão de três anos de cadeia à prisão perpétua; repressão de distúrbios colocou Pequim na berlinda às vésperas de Olimpíada
Mais sentenças sairão nas próximas semanas; governo chinês reitera sua oferta de diálogo com dalai-lama, que quer "discussões sérias"
DA REDAÇÃO
A Justiça chinesa sentenciou
ontem à prisão 30 pessoas por
envolvimento nos distúrbios
registrados na capital do Tibete, Lhasa, em março. As penas
vão de três anos de reclusão à
prisão perpétua.
Foi a primeira leva de sentenças relacionadas a recentes
protestos anti-China no Tibete.
São esperadas mais condenações nas próximas semanas.
Pequim acusa os manifestantes de terem matado 18 civis e
um policial nos protestos iniciados em 10 de março na capital tibetana. As manifestações
foram violentamente reprimidas pela polícia chinesa e desencadearam distúrbios que se
alastraram para outras regiões
do país onde tibetanos vivem
como minoria.
Ontem, o governo chinês
anunciou que, em uma dessas
regiões, Qinghai, mais um policial morreu em decorrência de
ferimentos a bala recebidos no
auge dos protestos.
Autoridades chinesas acusam ainda os tibetanos de terem saqueado lojas e incendiado escolas e hospitais, provocadando um prejuízo de R$ 59
milhões.
Boa parte dos países ocidentais criticou a China pela violenta repressão aos protestos,
provocando um sério mal-estar
diplomático entre Pequim e alguns governos, como o francês.
Preocupado com a repercussão da crise a poucos meses da
Olimpíada de Pequim, o governo chinês reiterou ontem a
oferta de diálogo feita ao dalai-lama, líder espiritual dos tibetanos e acusado por Pequim de
comandar os distúrbios.
"Esperamos que o dalai-lama
reconheça a situação e adote
medidas concretas para acabar
com suas ações criminosas de
violência. Que pare de sabotar a
Olimpíada", disse um porta-voz de Pequim.
O líder espiritual dos tibetanos elogiou a oferta de diálogo,
mas pediu "discussões sérias",
por considerar que seria inútil
um encontro destinado apenas
a acalmar as pressões do Ocidente sobre a China.
Com agências internacionais
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