São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2008

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China condena 30 por protesto no Tibete

Penas vão de três anos de cadeia à prisão perpétua; repressão de distúrbios colocou Pequim na berlinda às vésperas de Olimpíada

Mais sentenças sairão nas próximas semanas; governo chinês reitera sua oferta de diálogo com dalai-lama, que quer "discussões sérias"


DA REDAÇÃO

A Justiça chinesa sentenciou ontem à prisão 30 pessoas por envolvimento nos distúrbios registrados na capital do Tibete, Lhasa, em março. As penas vão de três anos de reclusão à prisão perpétua.
Foi a primeira leva de sentenças relacionadas a recentes protestos anti-China no Tibete. São esperadas mais condenações nas próximas semanas.
Pequim acusa os manifestantes de terem matado 18 civis e um policial nos protestos iniciados em 10 de março na capital tibetana. As manifestações foram violentamente reprimidas pela polícia chinesa e desencadearam distúrbios que se alastraram para outras regiões do país onde tibetanos vivem como minoria.
Ontem, o governo chinês anunciou que, em uma dessas regiões, Qinghai, mais um policial morreu em decorrência de ferimentos a bala recebidos no auge dos protestos.
Autoridades chinesas acusam ainda os tibetanos de terem saqueado lojas e incendiado escolas e hospitais, provocadando um prejuízo de R$ 59 milhões.
Boa parte dos países ocidentais criticou a China pela violenta repressão aos protestos, provocando um sério mal-estar diplomático entre Pequim e alguns governos, como o francês.
Preocupado com a repercussão da crise a poucos meses da Olimpíada de Pequim, o governo chinês reiterou ontem a oferta de diálogo feita ao dalai-lama, líder espiritual dos tibetanos e acusado por Pequim de comandar os distúrbios.
"Esperamos que o dalai-lama reconheça a situação e adote medidas concretas para acabar com suas ações criminosas de violência. Que pare de sabotar a Olimpíada", disse um porta-voz de Pequim.
O líder espiritual dos tibetanos elogiou a oferta de diálogo, mas pediu "discussões sérias", por considerar que seria inútil um encontro destinado apenas a acalmar as pressões do Ocidente sobre a China.


Com agências internacionais


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