|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
saiba mais
Demora origina dúvidas sobre reação à gripe
DO "FINANCIAL TIMES"
Funcionários graduados
de serviços de saúde latino-americanos e internacionais
foram informados sobre o
surto de gripe suína no México pelo menos duas semanas
antes de lançarem alertas
públicos quanto à doença.
A demora alimenta dúvidas quanto à possibilidade de
que mais pudesse ter sido
feito para prevenir a difusão
da infecção pelo mundo.
A Veratect, consultoria
americana que monitora reportagens veiculadas na internet, confirmou ontem que
a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) teve
acesso a alertas sobre um
surto no México em 10 de
abril, mas não emitiu alerta
público até o dia 23 de abril.
As datas jogam luz em aparentes problemas na coleta e
disseminação de dados, a
despeito da substancial ampliação nos esforços de preparo para enfrentar uma
pandemia nos últimos anos.
Os alertas surgiram muito
antes do primeiro reconhecimento público do surto, no
final da semana passada,
quando a OMS, à qual a Opas
é afiliada, a FAO (Organização da Agricultura e Alimentos) e outras agências internacionais iniciaram suas
operações de emergência.
Quando a operação internacional mais ampla foi enfim montada para rastrear e
analisar o vírus, já era tarde
demais para tentar contê-lo.
A demora forçou o abandono de planos preparados
com muita antecedência para tentar deter a expansão da
epidemia por meio de esforços de tratamento e apoio.
Causou também dificuldade
a vários governos que tentam
agora lançar medidas mais
agressivas de saúde pública.
A OMS informou que a primeira notificação que recebeu sobre o surto foi em 16 de
abril, por meio da Opas. Dois
dias mais tarde, em 18 de
abril, a organização recebeu
confirmação do CDC (Centro de Controle de Doenças
dos EUA) de que havia dois
casos da gripe na Califórnia.
Bob Hart, vice-presidente
da Veratect, disse que sua
empresa relatou em 30 de
março a seus clientes -OMS,
CDC, governos, empresas e
ONGs- a internação em um
hospital canadense, oito dias
antes, de um advogado que
sofria de uma doença respiratória ao voltar do México.
Em 10 e 11 de abril, a Opas
consultou reportagens da
imprensa mexicana selecionadas sobre o surto de gripe.
Dick Thomson, um porta-voz do centro, disse acreditar
porém que "ninguém do setor de saúde pública desejaria nenhum tipo de emergência mundial". "O México
informou sobre a doença de
forma rápida e transparente,
e foi um membro responsável da comunidade internacional. Se houver críticas, estudaremos para determinar
se são justificadas", afirmou.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Texto Anterior: Saiba mais: Origem e futuro da doença ainda são dúvidas Próximo Texto: Bebê mexicano é primeiro morto nos EUA Índice
|