São Paulo, sábado, 30 de abril de 2011

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ANÁLISE

Elegante, vestido de noiva é uma cópia manjada de Grace Kelly

VIVIAN WHITEMAN
EDITORA DE MODA

Tão comentado e esperado, o vestido de noiva de Kate Middleton, quem diria, é uma cópia assinada. Uma cópia muito bonita e elegante, mas manjadíssima.
O busto rendado, a cauda discreta e o véu vêm do modelo imortalizado pela princesa e atriz Grace Kelly em seu casamento com Rainier de Mônaco. Kate só ousou de leve no decote, deixando parte do colo à mostra.
Depois de Grace Kelly, o modelo do vestido, que se tornou um dos mais influentes de todos os tempos, já foi usado por milhares de noivas mundo afora.
Portanto, a estilista Sarah Burton, atual diretora de criação da grife Alexander McQueen e responsável pelo vestido de Kate, não precisou usar muito os neurônios para esse trabalho.
A escolha da grife britânica McQueen foi política e comercial- uma forma de colocar a moda inglesa no topo da mídia e de reviver o prestígio da marca após o suicídio de seu criador, em 2010.
Por outro lado, a opção por um modelo clássico de ares vitorianos representa as bases que sustentam a monarquia: as ideias de sucessão e continuidade.
O modelo "lançado" por Grace Kelly era a materialização de uma fantasia de princesa. A inspiração veio da moda recatada que imperou durante o reinado da rainha Vitória, de 1837 a 1901.
Com a Inglaterra em crise, a chegada do novo casal representa a promessa de renovação que, paradoxalmente, se realiza através da repetição das glórias passadas da família real. Kate pode até ter pinta de moderna, mas casou-se embrulhada em séculos de poder e tradição.


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