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Alemanha acredita que Bin Laden esteja vivo e atuante
TONY CZUCZKA
DA ASSOCIATED PRESS, EM BERLIM
Funcionários do setor de segurança da Alemanha dizem que
Osama bin Laden provavelmente ainda está vivo e que sua rede, a Al
Qaeda, longe de estar esmagada, provavelmente continua capaz de
realizar ataques terroristas.
As comunicações entre membros da rede terrorista internacional vêm se intensificando recentemente, e a maioria dos líderes da
Al Qaeda continua em liberdade, apesar da guerra liderada pelos
EUA no Afeganistão, disse Hans Beth, diretor da divisão de combate ao terrorismo e ao crime organizado do serviço de inteligência externa da Alemanha, o BND.
""Acreditamos que o próprio Bin
Laden e vários de seus assessores
continuam ativos, em condições
de dar o impulso para outros ataques", disse Beth.
Ecoando avisos lançados recentemente pelos EUA, ele insistiu
que atentados terroristas são possíveis a qualquer momento.
A Europa vem sendo foco de investigações desde os ataques de 11
de setembro. Vários dos sequestradores suicidas faziam parte de
uma célula terrorista na Alemanha, e três outros suspeitos estão
sendo procurados.
Autoridades alemãs disseram
que a Al Qaeda está se reagrupando e recrutando novos militantes
capazes de conduzir ataques.
O diretor da polícia federal alemã disse que a Al Qaeda possui
vários milhares de membros em
todo o mundo, incluindo um
""número considerável" na Alemanha. ""Acreditamos que eles estejam vivendo entre nós, sem ser
notados, e que estejam preparados para participar de ataques de
terror estrategicamente planejados, seguindo ordens de seus líderes", disse Manfred Klink.
Na semana passada, o governo
alemão disse que estava investigando informações segundo as
quais integrantes do Taleban e da
Al Qaeda teriam sido infiltrados
na Europa com a possível intenção de planejar novos atentados.
Citando uma carta a agentes da
polícia e baseada em informações
obtidas da Interpol, o jornal
""Frankfurter Allgemeine Zeitung" disse que esse integrantes
teriam desaparecido no último
dia 12 de março de um centro de
refugiados próximo à fronteira
austríaca, na Eslováquia, onde haviam registrado pedidos de asilo.
As autoridades alemãs também
estão investigando a possibilidade
de alguém em seu país estar ligado ao ataque feito a uma sinagoga
na Tunísia, em abril, que pode ter
sido obra da Al Qaeda.
No mês passado a polícia alemã
prendeu nove suspeitos de pertencer a uma célula militante palestina, sob a acusação de planejar
atentados contra alvos judaicos
ou israelenses na Alemanha. Eles
são acusados de fornecer documentos de viagem falsos, recolher
donativos e ajudar a contrabandear combatentes islâmicos do
Afeganistão à Alemanha.
Beth disse que não está claro
quantos indivíduos ou grupos ligados à Al Qaeda estão ativos na
Alemanha. Mas, afirmou, a polícia suspeita que a rede já tenha se
adaptado à intensificação das medidas de segurança implementada após 11 de setembro, recrutando novos militantes e tornando-se menor, mais descentralizada e menos transparente -por exemplo, conduzindo mais transações
financeiras sem deixar rastros.
As autoridades alemãs vinham
rastreando alguns extremistas islâmicos, incluindo vários originários do norte da África, desde
meados dos anos 90. Entre eles estão cinco argelinos que estão sendo julgados em Frankfurt, acusados de conspirar para explodir
um mercado francês no Natal de
2000. Os promotores procuram
provar que os cinco detidos pertenciam a uma célula que tinha
vínculos com a Al Qaeda e Bin Laden, embora um suspeito tenha
negado ligação com eles.
O serviço secreto holandês informou, em seu relatório anual,
divulgado ontem, que a Al Qaeda
está operando células no país.
""Dentro da comunidade muçulmana na Holanda existe um pequeno grupo de muçulmanos jovens dispostos a participar da luta
islâmica armada", disse a agência.
Tradução de Clara Allain
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