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MÍDIA
Prêmio Pulitzer, Bragg diz que atitude é comum no jornal
Repórter que assinou texto apurado por outro jornalista sai do "Times"
DE NOVA YORK
O jornal "The New York Times" anunciou que outro repórter pediu demissão após o diário ter feito reparos públicos a um
texto seu. Rick Bragg, 43, que já
ganhou um Pulitzer, maior prêmio do jornalismo americano,
saiu depois que o "NYT" descobriu que ele usou o trabalho de
um free-lancer, J. Wes Yoder, para apurar uma reportagem sobre
pescadores de ostras na Flórida.
O novo problema é consequência do escândalo com o jornalista
Jayson Blair, que se demitiu no
início do mês -o diário apontou
diversas informações inventadas
em textos assinados por ele.
Após montar um dossiê apontando fraudes cometidas por
Blair, o "NYT" iniciou uma devassa em seus procedimentos e
pediu ajuda pública. Um leitor
então questionou a conduta de
Bragg na reportagem editada em
junho de 2002.
Após investigação, o diário concluiu que a maior parte do trabalho de apuração foi feita pelo free-lancer. Em uma "Nota dos Editores", o jornal considerou que o crédito estava errado.
Bragg contesta. Diz que é comum no "NYT" o uso de free-lancers pelos repórteres na apuração.
Chegou a dizer ao jornal "The Washington Post" que seu trabalho era "pegar o avião e dormir no hotel".
Sua atitude gerou revolta de colegas no jornal. Embora admitindo que também eventualmente contratem free-lancers, outros
jornalistas disseram que a maior
parte do trabalho é feita por quem
assina o texto.
(ROBERTO DIAS)
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