São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 2011

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FOCO

"Perfidia" dá o tom da primeira noite de Zelaya em Honduras

FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A TEGUCIGALPA

A rodinha de violão se formou em torno da cama de casal. Soou o clássico "Perfidia": "Mujer, si puedes tú con Dios hablar...".
Entre os que faziam coro, o chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, o ex-presidente do Panamá Martín Torrijos e a ex-senadora colombiana Piedad Córdoba.
A cena ocorreu no quarto de Manuel Zelaya, em sua casa em Tegucigalpa, horas depois de o ex-presidente voltar a Honduras, anteontem, e ser recebido por uma multidão de apoiadores.
"Obrigada por trazer outra lembrança para essa casa", disse Hortencia, uma das filhas de Zelaya. Foi do local que militares tiraram o ex-presidente para levá-lo à força à Costa Rica em 2009.
Zelaya, que parecia cansado, acompanhava o sarau do lado de fora do quarto. Apoiadores e outras personalidades do mundo esquerdista -como a jornalista e ativista americana Amy Goldman, do "Democracy Now"- se espalhavam por cômodos do sobrado, numa zona de classe média alta.
Ao lado de um retrato a óleo de Zelaya montado a cavalo, Juan Barahona, coordenador da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) formada pós-golpe, criticava a possibilidade de Zelaya não se desligar do seu tradicional Partido Liberal.
"Se ele ficar no Partido Liberal, não só eu, mas toda a base da resistência ficará frustrada", disse Barahona, que espera transformar a frente em legenda.
Assediado por vários setores de seus apoiadores, Zelaya promete passar os próximos dias no interior -não sem ser duramente criticado pela imprensa local que apoiou sua deposição.
Os maiores jornais do país o acusaram de causar "desespero" em seus apoiadores, que o esperaram por mais de três horas sob o sol.


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