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São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2003

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EUA

Grupo que ajudou a eleger Clinton alerta para o risco de o partido ser dominado por políticas de "extrema esquerda" em 2004

Democratas devem buscar o centro, dizem moderados

DO "NEW YORK TIMES"

O grupo de democratas moderados que ajudou a eleger Bill Clinton para a Casa Branca em 1992 advertiu ontem que o partido será derrotado na eleição presidencial de 2004 se se apresentar com um discurso de "extrema esquerda", contrário a cortes de impostos e à Guerra do Iraque.
"Acreditamos que o partido tenha uma importante escolha a fazer: queremos reclamar ou queremos governar?", disse o senador Evan Bayh, de Indiana, presidente do Conselho de Liderança Democrata (CLD), que propõe que os democratas busquem ocupar o centro político.
"O governo [George W. Bush, republicano] está nas mãos da extrema direita. O Partido Democrata corre o risco de ser dominado pela extrema esquerda", disse Bayh, em encontro em Filadélfia.
Al From, fundador da organização, alertou contra o retorno a políticas que ele descreveu como uma receita para o desastre eleitoral, entre elas uma inclinação a aumentar o tamanho do Estado.
"Há pessoas em nosso partido que se recusam a aprender as lições do sucesso do ex-presidente Clinton [1993-2001]", disse.
O alerta do grupo foi em parte provocado pela pré-candidatura do liberal Howard Dean, ex-governador de Vermont, que têm tido bons resultados na arrecadação de fundos. Dean tem atacado o Partido Democrata pelo apoio à Guerra do Iraque e criticado os cortes de impostos de Bush.
O CLD foi criado em 1985 por democratas que achavam que a influência de sindicatos de trabalhadores e do que eles chamaram de "grupos de interesse especial" no partido estaria resultando na eleição de republicanos para a Casa Branca. O grupo recebe doações de empresas americanas.
Mark J. Penn, especialista em pesquisas de opinião, mostrou dados que sugerem que os democratas se encontram numa situação política perigosa. "Entre eleitores de classe média, o Partido Democrata é uma sombra do que já foi", disse.
Ele advertiu que, para ter alguma chance eleitoral, o partido terá que ganhar credibilidade no campo da segurança interna -algo impossível se for identificado como contrário à guerra. Dos nove pré-candidatos democratas, cinco se manifestaram contra a Guerra do Iraque.
Nenhum deles participou da reunião do CLD na Pensilvânia. "Sinto falta de um "presidente" aqui", disse a governadora de Michigan, Jennifer Granholm.


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