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EUA
Grupo que ajudou a eleger Clinton alerta para o risco de o partido ser dominado por políticas de "extrema esquerda" em 2004
Democratas devem buscar o centro, dizem moderados
DO "NEW YORK TIMES"
O grupo de democratas moderados que ajudou a eleger Bill
Clinton para a Casa Branca em
1992 advertiu ontem que o partido será derrotado na eleição presidencial de 2004 se se apresentar
com um discurso de "extrema esquerda", contrário a cortes de impostos e à Guerra do Iraque.
"Acreditamos que o partido tenha uma importante escolha a fazer: queremos reclamar ou queremos governar?", disse o senador
Evan Bayh, de Indiana, presidente
do Conselho de Liderança Democrata (CLD), que propõe que os
democratas busquem ocupar o
centro político.
"O governo [George W. Bush,
republicano] está nas mãos da extrema direita. O Partido Democrata corre o risco de ser dominado pela extrema esquerda", disse
Bayh, em encontro em Filadélfia.
Al From, fundador da organização, alertou contra o retorno a políticas que ele descreveu como
uma receita para o desastre eleitoral, entre elas uma inclinação a
aumentar o tamanho do Estado.
"Há pessoas em nosso partido
que se recusam a aprender as lições do sucesso do ex-presidente
Clinton [1993-2001]", disse.
O alerta do grupo foi em parte
provocado pela pré-candidatura
do liberal Howard Dean, ex-governador de Vermont, que têm tido bons resultados na arrecadação de fundos. Dean tem atacado
o Partido Democrata pelo apoio à
Guerra do Iraque e criticado os
cortes de impostos de Bush.
O CLD foi criado em 1985 por
democratas que achavam que a
influência de sindicatos de trabalhadores e do que eles chamaram
de "grupos de interesse especial"
no partido estaria resultando na
eleição de republicanos para a Casa Branca. O grupo recebe doações de empresas americanas.
Mark J. Penn, especialista em
pesquisas de opinião, mostrou
dados que sugerem que os democratas se encontram numa situação política perigosa. "Entre eleitores de classe média, o Partido
Democrata é uma sombra do que
já foi", disse.
Ele advertiu que, para ter alguma chance eleitoral, o partido terá
que ganhar credibilidade no campo da segurança interna -algo
impossível se for identificado como contrário à guerra. Dos nove
pré-candidatos democratas, cinco se manifestaram contra a
Guerra do Iraque.
Nenhum deles participou da
reunião do CLD na Pensilvânia.
"Sinto falta de um "presidente"
aqui", disse a governadora de Michigan, Jennifer Granholm.
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