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Chávez põe militares para patrulhar Caracas
Para venezuelanos segurança é maior problema; presidente quer fazer de área petroleira "zona especial"
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Sob o aumento da sensação
da insegurança no país, o governo Hugo Chávez anunciou
anteontem o envio de 500 militares da Guarda Nacional para
o Petare, uma das regiões mais
violentas de Caracas.
O anúncio da operação militar foi feito anteontem pelo ministro do Interior (Justiça), Pedro Carreño, durante visita ao
Petare que mobilizou 180
membros de diversas forças de
segurança. Ali, encontrou-se
com líderes comunitários para
discutir a segurança pública da
região, que concentra cerca de
600 mil pessoas, a maioria vivendo em condições precárias.
Na quarta-feira, um suposto
enfrentamento entre gangues
rivais dentro de uma padaria do
Petare deixou quatro mortos
-inclusive uma menina de dez
anos- e oito feridos. O alvo do
ataque, um jovem de 28 anos,
foi assassinado com 35 tiros.
Durante o encontro, Carreño
admitiu que "sim, temos um
grande problema insegurança",
contrariando seu tradicional
discurso de que a violência vem
diminuindo. Pesquisas de opinião, no entanto, mostram que
os venezuelanos vêem a insegurança como principal problema do país, superando desde o ano passado o desemprego
-levantamento recente do instituto Datanalisis mostrou que
48,3% põem a violência no topo
de suas preocupações.
Carreño costuma culpar a
imprensa oposicionista pela
sensação de insegurança. Na
semana passada, o ministro
elogiou uma decisão judicial
que proibiu dois jornais do país
de publicarem fotos violentas.
Na Venezuela, a Guarda Nacional é uma das quatro Forças
Armadas e tem como função
"manter a ordem interna do
país". Embora seja empregada
regularmente em operações de
segurança pública, é a primeira
operação de larga escala neste
ano na região de Caracas.
Reforma constitucional
Chávez afirmou ontem que a
reforma constitucional incluirá
uma proposta para converter a
região petrolífera da faixa do
Orinoco (centro-leste) em uma
das muitas "zonas territoriais
especiais" que planeja criar.
A nova unidade seria administrada por um dos vários vice-presidentes que Chávez
quer nomear via reforma da
Constituição, a qual deve ser
apresentada formalmente à Assembléia Nacional nos próximos dias. Para serem aprovadas, as mudanças terão de passar por referendo popular.
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