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IRAQUE OCUPADO
Agência do Pentágono conclui que EUA pagaram US$ 1 milhão por dados com "pouco ou nenhum valor"
Informações de dissidentes eram inúteis
DA REDAÇÃO
As informações sobre o regime
de Saddam Hussein fornecidas a
Washington pelo então opositor
iraquiano Ahmed Chalabi antes
da Guerra do Iraque tinham pouco ou nenhum valor, segundo a
Agência de Inteligência para a Defesa dos EUA, um braço do Pentágono. Washington pagou cerca de
US$ 1 milhão para obtê-las.
Em reportagem publicada na
edição de ontem, o jornal "The
New York Times" cita membros
do governo americano que teriam
sido informados sobre o conteúdo do documento. Segundo eles,
os dissidentes iraquianos apresentados a agentes dos EUA por
Chalabi e seu Congresso Nacional
Iraquiano -instituição que congrega iraquianos exilados- inventaram ou exageraram seu conhecimento do suposto programa de armas de destruição em
massa mantido por Saddam.
As declarações de Chalabi, que
passou quase toda a vida fora do
Iraque, e de seus correligionários
também foram amplamente divulgadas pela imprensa dos EUA.
Uma avaliação feita pela agência, no entanto, concluiu que menos de um terço das informações
fornecidas pelo grupo era "potencialmente útil".
Questionado sobre a avaliação,
Chalabi disse que sua organização
apresentou "apenas três dissidentes" e que as informações de dois
deles tinham credibilidade.
A credibilidade do Congresso
Nacional Iraquiano causou atrito
entre o Pentágono, a CIA e o Departamento de Estado no período
que precedeu a Guerra do Iraque.
Enquanto o primeiro usava informações fornecidas pelo grupo
corriqueiramente, os outros dois
defendiam mais cautela.
Credibilidade à prova
O relatório da agência do Pentágono se soma a uma série de avaliações e documentos oficiais
americanos -que surgiram na
imprensa nesta semana, mas ainda não foram oficialmente anunciados- sobre a acuidade das
provas e informações que serviram de base para Washington
formular suas acusações contra
Bagdá.
No domingo, o "Washington
Post" divulgou trechos de um documento da comissão de inteligência do Congresso no qual se
afirma que houve "falta de conexão entre as declarações do governo e a inteligência em que se baseiam". Antes, a imprensa citara
um relatório de David Kay, assessor da CIA e consultor do Grupo
de Pesquisa do Iraque, no qual o
especialista diz não ser possível tirar "nenhuma conclusão consistente" sobre a existência de armas
de destruição em massa no país.
Resolução da ONU
Em Bruxelas, chanceleres da
União Européia reiteraram o pedido para a rápida instalação de
um governo soberano e representativo no Iraque. No domingo, o
chanceler francês, Dominique de
Villepin, dissera que um cronograma para a transição iraquiana
deveria ser fixado rapidamente.
Os EUA devem apresentar nos
próximos dias a proposta de uma
nova resolução sobre o país, que o
secretário de Estado, Colin Powell, havia anunciado para hoje.
O documento deve ampliar a
participação da ONU na política
iraquiana, embora o organismo
tenha reduzido a equipe no país.
Espiã
Os atritos dentro do governo ganharam um novo elemento quando a CIA acusou a Casa Branca de
vazar o nome de uma de suas
agentes secretas, Valerie Plame,
em retaliação a críticas feitas pelo
marido dela, Joe Wilson.
Wilson, um ex-embaixador que
esteve no Níger investigando a suposta compra de urânio pelo Iraque -que se provou falsa- havia acusado a Casa Branca de
omitir informações sobre o caso.
Com agências internacionais
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