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APAGÃO
Itália anuncia reforma do setor elétrico estatal
Mundo não está à beira de colapso energético, afirma especialista
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
Primeiro, houve um apagão em
Nova York, em agosto. Segundo,
Londres e parte da Dinamarca ficaram às escuras. Terceiro, no último final de semana, a falha no
fornecimento de energia elétrica
chegou à Itália. Essa sequência,
porém, não significa que o mundo esteja à beira de um colapso
energético. A avaliação é de Peter
Fraser, diretor da Agência Internacional de Energia, em Paris.
Segundo Fraser, esses blecautes
em série são uma "infeliz coincidência", mas a falta de investimentos em infra-estrutura, especialmente na modernização de linhas de transmissão de energia, é
em parte responsável.
"Não acredito num colapso
mundial provocado por um excesso de demanda . Na Itália, por
exemplo, o blecaute ocorreu de
madrugada, num horário de pouca demanda por energia, o que
nos leva a crer que foi alguma falha técnica isolada. Há problemas
pontuais em alguns lugares, mas
há boa capacidade de geração de
energia no mundo", disse.
"O que vemos hoje são problemas de regulação de mercado, sobretudo para decidir sobre alocação de recursos. É preciso investir
na modernização de linhas de
transmissão de energia nos Estados Unidos, especialmente na Califórnia, e em alguns países da Europa, como a Espanha e a Itália",
avaliou.
Mas, segundo o diretor da AIE,
a Europa tem uma geração de
energia suficiente para suprir com
folga o consumo atual e também
ao longo dos próximos anos. Fraser alerta que os países em desenvolvimento têm de acelerar as reformas estruturais para acompanhar a evolução do consumo.
Reformas urgentes
A Itália anunciou ontem um pacote de medidas urgentes para o
setor energético.
O primeiro-ministro italiano,
Silvio Berlusconi, anunciou que
ainda nesta semana será publicada uma lei para facilitar a construção de novas usinas. A desregulamentação do mercado de energia
da Itália, que hoje é controlado
pelo Estado, é uma das prováveis
medidas.
Segundo Giampaolo Bettamio,
um dos consultores que prepara a
nova lei, os grupos estatais Eni e
Enel teriam um ano de prazo para
venderem as suas redes de distribuição de gás e de eletricidade.
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