São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2005

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IMPRENSA

Judith Miller estava detida por se negar a revelar fonte em caso de vazamento de identidade de agente secreta

Repórter do "NYT" é solta após 80 dias presa

DA REDAÇÃO

A repórter do jornal "The New York Times" Judith Miller, que estava detida desde o dia 6 de julho em uma prisão federal, foi solta ontem após concordar em dar seu testemunho como parte de uma investigação sobre o vazamento da identidade de uma agente da CIA.
Após 80 dias detida em um centro de detenção de Alexandria, no Estado da Virgínia, Miller é a jornalista que mais tempo ficou presa por proteger uma fonte nos Estados Unidos.
A repórter do "New York Times" não quis depor em um júri de instrução que poderia revelar qual membro do governo George W. Bush revelou a identidade da agente da CIA Valerie Plame.
Segundo a agência Associated Press, a jornalista chegou a um acordo com o promotor especial Patrick Fitzgerald e deve se apresentar à Justiça na manhã de hoje.
Em uma nota divulgada pelo "NYT", Miller diz que foi libertada após sua fonte "ter voluntariamente e pessoalmente me liberado da promessa de confidencialidade a respeito de nossas conversas". O jornal disse que a fonte de Judith Miller foi Lewis Libby, chefe do gabinete do vice-presidente norte-americano, Dick Cheney.
O publisher do "New York Times", Arthur Ochs Sulzberger Jr., disse que o jornal apoiava a decisão de Miller, assim como deu apoio à repórter quando ela se recusou a cooperar com a Justiça.
A jornalista nunca publicou uma linha sequer sobre o caso, que surgiu quando o colunista político Robert Novak escreveu em 2003 que Valerie Plame era uma agente secreta.
O marido da espiã, o ex-embaixador Joe Wilson, disse que a revelação era uma resposta por ele ter denunciado que eram falsos os documentos que diziam que o ex-ditador Saddam Hussein tinha comprado urânio do Níger, uma das justificativas usadas pelos EUA para invadir o Iraque.
O Departamento de Justiça abriu inquérito para descobrir o responsável pelo vazamento da informação e intimou o repórter da revista "Time" Matthew Cooper e Miller, por terem tido acesso à fonte. Cooper resolveu dizer; Miller se negou a revelar a procedência do dado e foi presa.


Com agências internacionais

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