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Japão muda lei e entra na campanha militar dos EUA
DA REDAÇÃO"
O Parlamento japonês aprovou
lei permitindo que suas tropas
apóiem os Estados Unidos na
campanha militar no Afeganistão. A decisão põe fim a uma neutralidade militar de mais de meio
século, imposta pelos EUA ao Japão na Constituição do pós-Segunda Guerra.
A mudança na lei, votada em
uma rapidez pouco usual, abre
caminho para as forças japonesas
transportarem armas e munições
para os norte-americanos na
ofensiva contra o regime Taleban,
que controla a maior parte do território afegão, e a rede terrorista
Al Qaeda, do saudita Osama bin
Laden, acusado de envolvimento
nos atentados do dia 11 de setembro nos EUA. Os japoneses também poderão ajudar os norte-americanos na parte médica.
A lei anterior, editada por autoridades norte-americanas durante a ocupação do território japonês no pós-guerra, impedia que o
Japão se envolvesse em operações
militares, a não ser que o país fosse ameaçado ou atacado diretamente.
A nova lei ficará em vigor por
dois anos, podendo ser renovada
por outros dois.
Segundo o primeiro-ministro
Junichiro Koizumi, "o Japão precisa fazer parte da coalizão de
combate ao terror o mais rápido
possível. O governo vê a luta contra o terrorismo como uma necessidade". O líder japonês estaria
disposto a ver o seu país cumprindo um papel mais ativo no novo
cenário mundial, diferentemente
do que aconteceu durante a Guerra do Golfo, quando o envolvimento do Japão ficou restrito à
área diplomática.
A revisão constitucional empreendida pelo Parlamento do Japão deve ser enxergada ceticamente na Ásia, onde vários países
foram vítimas de invasões japonesas durante a Segunda Guerra.
Há também na região um temor
do recrudescimento do nacionalismo japonês, sob a égide do conservador primeiro-ministro Junichiro Koizumi, que tem tomado
atitudes que remontam ao passado militar do país.
Atuação
A definição de como atuará o Japão será definida em encontro de
militares japoneses com norte-americanos.
O plano do Japão, de acordo
com autoridades do país, seria o
de enviar uma frota para o oceano
Índico no fim de novembro, onde
transportaria suprimentos de bases norte-americanas no Japão e
em Guam para a ilha britânica
Diego Garcia.
Segunda Guerra
O Japão, durante a Segunda-Guerra, era inimigo dos norte-americanos, postando-se ao lado
da Alemanha nazista.
O ataque japonês a Pearl Harbor, Havaí (território dos EUA no
oceano Pacífico), em dezembro
de 1941, provocou a entrada dos
norte-americanos na Segunda-Guerra. Os dois países tinham no
Pacífico a sua zona de influência.
Em 1945, após os Estados Unidos soltarem bombas atômicas
nas cidades japonesas de
Hiroshima e Nagasaki, o Japão se
rendeu e os norte-americanos
ocuparam o país. Para evitar o envolvimento do Japão em conflitos
regionais, as autoridades norte-americanas elaboraram a Constituição japonesa.
Com agências internacionais
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