São Paulo, terça-feira, 30 de outubro de 2001

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EUA e Taleban se reuniram 20 vezes em 3 anos

DA REDAÇÃO

Funcionários do governo norte-americano se encontraram pelo menos 20 vezes em três anos com representantes do Taleban para negociar a entrega de Osama bin Laden, disse ontem o jornal "The Washington Post".
Baseada em fontes próximas às negociações frustradas, a reportagem do "Post" afirma que as discussões continuaram até poucos dias antes dos ataques de 11 de setembro a Nova York e Washington. Para os EUA, Bin Laden é o principal suspeito de planejar os atentados.
Durante as negociações, os representantes do Taleban sugeriram várias vezes que entregariam Bin Laden, mas não convenceram os funcionários do governo norte-americano de que estavam falando sério ou poderiam cumprir sua promessa de entregar seu "hóspede", disse o "Post".
As reuniões foram realizadas no Afeganistão, no Paquistão, na Alemanha e nos EUA e, em um certo momento, levaram a uma conversa telefônica entre um funcionário de médio escalão do Departamento de Estado e o líder do Taleban, mulá Mohamad Omar.
Os EUA começaram a pressionar o Taleban, grupo extremista islâmico que controla a maior parte do território afegão, a expulsar Bin Laden do Afeganistão depois dos atentados às embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia, em 1998, que mataram 224 pessoas, incluindo 12 americanos. Bin Laden foi indiciado pelos ataques.
No início de outubro, o presidente dos EUA, George W. Bush, recusou terminantemente uma oferta do Taleban de entregar Bin Laden a um terceiro país.
"Especialistas em assuntos afegãos afirmam que, durante as negociações, os EUA nunca reconheceram a necessidade que os membros do Taleban têm de "aarboj", a palavra em pashtu para uma fórmula que salve as aparências", afirmou o diário.


Com agências internacionais



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