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EUROPA
Chanceler pede sacrifícios aos alemães e enfurece conservadores com mais impostos; sindicatos apóiam reforma moderada
Para Schröder, governo não resolve tudo
DA REDAÇÃO
O chanceler (premiê) alemão,
Gerhard Schröder, de centro-esquerda, foi ao Parlamento anunciar os seus planos de reforma e
discursou reconhecendo que o
governo sozinho não resolveria os
problemas do país.
Parafraseando uma declaração
do presidente americano John
Kennedy, o chanceler pediu que
os alemães parassem de perguntar o que o governo poderia fazer
por eles e começassem a se perguntar o que eles poderiam fazer
pelo país. "Temos de parar de nos
perguntar o que foi que deu errado e passar a nos perguntar o que
podemos fazer para que as coisas
funcionem."
Schröder anunciou mais impostos, cortes nos benefícios sociais e liberalização nas regras trabalhistas, que serão as linhas mestras de seus próximos quatro anos
de governo. "As pessoas na Alemanha sabem que estamos passando por tempos difíceis", disse.
Foi seu maior discurso ao Parlamento desde que a coalizão de governo entre social-democratas e
Verdes ganhou as eleições legislativas pouco mais de um mês atrás.
A oposição conservadora criticou a falta reformas mais profundas nas leis trabalhistas e atacou
os aumentos de impostos.
"É indecente o que o senhor está
fazendo", disse Angela Merkel, líder da CDU (União Democrata
Cristã, principal partido conservador). Ela ironizou o governo dizendo que "raramente uma renovação se apresenta tão velha".
Schröder havia feito promessas
durante a campanha de que não
aumentaria os impostos, o que
agora provoca acusações da oposição de que ele teria enganado os
eleitores. O chanceler afirma que
está apenas fechando brechas na
legislação e cortando isenções.
"Nossas empresas e nossos cidadãos estão sendo espremidos
como um limão", disse o deputado conservador Friedrich Merz.
Os maiores grupos industriais
do país acusam o governo de fracassar no intento de diminuir os
custos trabalhistas e de facilitar a
demissão de empregados.
Os maiores sindicatos da Alemanha, por seu lado, deram as
boas-vindas aos planos de Schröder dizendo que o chanceler se
mostrou "comprometido com
uma sociedade mais justa".
A Alemanha admitiu que a economia está beirando a estagnação, o que poderia empurrar o déficit público para acima de 3% do
PIB -teto definido pelo Pacto de
Estabilidade e Crescimento da
União Européia.
"Temos de deixar claro que o
pacto em si não está em discussão. O que precisamos é de uma
maior flexibilidade que nos permita tomar medidas em tempos
de dificuldades econômicas", disse Schröder. Estima-se que a economia do país deva aumentar
0,4% em 2002 e 1,4% em 2003.
Visita aos EUA
O ministro das Relações Exteriores alemão, Joschka Fischer,
iniciou ontem uma visita aos
EUA, na primeira grande ofensiva
diplomática para reaproximar
Washington e Berlim. Fischer iria
se encontrar com o secretário de
Estado dos EUA, Colin Powell.
Schröder criticou, durante sua
campanha eleitoral, a política
americana em relação ao Iraque.
Ontem, o chanceler repetiu que a
Alemanha não participaria diretamente de um ataque a Bagdá.
Com agências internacionais
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