São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Consulado do Brasil na China atrasa sua abertura em 2 anos Dois diplomatas vivem há mais de um ano na cidade de Guangzhou, mas não conseguem abrir a representação Processo de instalação teve início em abril do ano passado; cidade é capital da província mais populosa do país FABIANO MAISONNAVE DE PEQUIM Criado por decreto em maio de 2009, o Consulado do Brasil em Guangzhou (sul da China) ainda não foi inaugurado mesmo após a chegada de dois diplomatas e de um assistente administrativo à cidade, em meados de 2010. A representação recusa até pedidos simples. Jogador do time local, o zagueiro Paulão (ex-Grêmio) tentou, há 20 dias, fazer uma procuração para a cunhada, no Brasil. "Falaram para a gente ligar no mês que vem." Na quinta-feira, a reportagem da Folha telefonou para o consulado e obteve resposta semelhante: o assistente de Chancelaria Salazar Pereira informou que não havia nenhum serviço disponível e que o consulado só deve abrir "até o final do ano". A explicação dada por telefone é que o sistema informatizado para emissão de documentos não está instalado. Outros consulados brasileiros, porém, emitem documentos por meio do uso de estampilhas (selos oficiais) em casos de falha no sistema. O prazo inicial para a abertura do consulado era o final de 2009, segundo anúncio feito em discurso pelo então presidente Lula, em visita a Pequim, mas a instalação só teve início em abril de 2010. Desde meados de 2010, já estão na cidade o vice-cônsul Ricardo Portugal e o cônsul-geral Kywal de Oliveira, além de um funcionário administrativo do Itamaraty. Juntos, os três somam folha de pagamento de pelo menos US$ 25 mil e têm direito a benefícios como auxílio-moradia. O processo de instalação teve início a partir de abril do ano passado, quando o cônsul-geral em Pequim, Benhur Viana, passou dois meses para montar um escritório provisório, num hotel da cidade, e encontrar a sede definitiva. O problema, segundo o cônsul-geral do Brasil em Guangzhou, Kywal de Oliveira, é que o imóvel indicado por Viana estava sem o Habite-se, problema detectado há um ano. "Praticamente voltamos à estaca zero." Um novo imóvel foi encontrado, para onde o consulado se mudou há três meses. De lá para cá, foi feita a decoração e agora está sendo implantado o sistema informático do Itamaraty. Quando aberto, o Brasil terá o 39º consulado da cidade, depois de países como Argentina e Equador. Guangzhou é a sede da maior feira de negócios do mundo. A Feira de Cantão acontece duas vezes por ano e atrai milhares de brasileiros. O consulado também atenderá a comunidade da cidade vizinha de Dongguan, com cerca de 3.000 brasileiros, a maioria gaúchos atuando em fábricas de sapato. A cidade é a capital da província de Guangdong, a mais populosa do país, com 104 milhões de habitantes (maior do que qualquer país da Europa). A região é o principal polo exportador da China, o maior parceiro comercial do Brasil. Texto Anterior: Em meio a greve, australiana Qantas suspende todos os voos Próximo Texto: Censo mostra Nova York mais hispânica e asiática Índice | Comunicar Erros

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