São Paulo, sexta-feira, 30 de novembro de 2007

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Sem multidão, Kasparov é libertado na surdina após cinco dias de detenção

DO ENVIADO ESPECIAL A MOSCOU

O ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, líder da frente oposicionista Outra Rússia, foi libertado ontem de forma a frustrar os poucos seguidores seus que apareceram em frente à carceragem da Polícia Criminal na rua Petrovka, centro de Moscou.
Sua libertação estava marcada para as 15h45 (10h45 em Brasília). Com isso, entre quatro e seis partidários do Outra Rússia se alternaram nas calçadas laterais do prédio czarista. Os manifestantes alegaram que não podiam estar em maior número para não configurar um protesto, algo não autorizado.
Havia seis policiais uniformizados rondando os presentes, mas sem os intimidar. Kasparov tinha sido preso no sábado em Moscou, por participar de um ato anti-Putin que não teria sido autorizado.
Anteontem o seu rival no xadrez nos tempos da União Soviética, Anatoli Karpov, foi impedido de visitá-lo. Ambos protagonizaram sensacionais duelos nos tabuleiros e na política. Karpov era o predileto da velha ordem, e Kasparov representava a "perestroika" de Mikhail Gorbatchov -que ontem criticou a prisão do ex-protegido.
Uma mulher de cerca de 40 anos, que disse chamar-se Ludmila, segurava um buquê de flores brancas. Cerca de 20 jornalistas circulavam pelo local, quando os celulares começaram a tocar. Kasparov havia sido levado secretamente para casa, horas antes.
Sob resmungos generalizados, já que o frio de -4C tinha vento forte como auxiliar no castigo aos presentes, os jornalistas saíram rapidamente, tal como um bando de patos num rinque de patinação. A calçada congelada é lisa, e quedas são um perigo constante.
No site do Outra Rússia, foi divulgado um pronunciamento no qual Kasparov agradeceu pelo apoio de seus partidários, disse estar com boa saúde e que teve bastante tempo para trabalhar em um novo editorial para o jornal norte-americano "The Wall Street Journal". (IG)


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