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Partido de Benazir diz que líder foi baleada
Porta-Voz do PPP, que estava no carro em que oposicionista foi morta, afirma que governo paquistanês quer "encobrir algo"
Versão de que ela bateu a cabeça é "ridícula", diz assessora; tese que atribui atentado a Al Qaeda também é contestada
DA REDAÇÃO
Benazir Bhutto foi morta
com um tiro na cabeça, afirmou
Sherry Rehman, assessora próxima da líder oposicionista vítima de um ataque suicida na última quinta. Rehman é porta-voz do Partido do Povo Paquistanês (PPP) e estava no carro
com Benazir quando ocorreu o
atentado.
"Seu corpo tem uma marca
de bala no lado esquerdo da
parte posterior da cabeça", disse Rehman, que ficou ferida no
atentado. "Ela ainda sangrava
quando lavamos seu corpo para
o funeral", acrescentou.
Forças de segurança haviam
afirmado que Benazir fora atingida no pescoço e na cabeça.
Mas ontem o governo disse que
ela morreu quando o impacto
da explosão projetou sua cabeça contra o teto do veículo.
"Agora o governo está tentando dizer que ela sofreu uma
concussão, o que é ridículo. É
um "nonsense" realmente perigoso [...]. Parece uma tentativa
do governo de encobrir algo ou
de eximir-se de responsabilidade", afirmou Rehman.
Um porta-voz de Baitullah
Mehsud, ligado ao Taleban paquistanês e supostamente à Al
Qaeda, a quem o governo acusou na sexta-feira de estar por
trás da morte de Benazir, negou
ontem a participação dele no
atentado. "Não assassinamos
mulheres", afirmou Mohammed Omar. Um porta-voz do
PPP, Farhatullah Babar, disse
que o envolvimento de Mehsud
parecia "história plantada".
A Comissão Eleitoral do Paquistão anunciou a realização
de uma reunião de emergência
amanhã para decidir se realiza
as eleições marcadas para o
próximo dia 8. Em comunicado, afirmou que a onda de violência atual provocou um "sério revés" para as eleições e que
a situação de insegurança não é
"propícia" à sua realização.
O primeiro-ministro, Mohammadmian Soomro, afirmou ontem que as eleições serão mantidas, mas disse que irá
consultar os partidos políticos.
O Partido da Liga Muçulmana-Nawaz, do ex-premiê Nawaz Sharif, já anunciou que irá
boicotar o pleito. O PPP decide
hoje se participa das eleições.
Protestos e mortes
Milhares de simpatizantes
do PPP entraram em confronto
ontem com as forças de segurança em Rawalpindi, cidade
em que a líder foi morta.
Em Karachi, na Província de
Sindh, um encapuzado matou
um partidário de Benazir. Forças de segurança também mataram dois outros partidários
do PPP que forçavam a entrada
em um campo de petróleo.
Em Lahore, diante de uma
mesquita, 10 mil pessoas gritavam slogans contra Musharraf,
vigiadas de perto pela polícia.
A agência estatal de notícias
afirmou que o presidente Pervez Musharraf instruiu as forças de segurança a lidar com
firmeza contra os manifestantes. O total de mortos desde a
morte de Benazir já chega a 44.
Com agências internacionais
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