|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VENEZUELA
Presidente havia chamado bispos de "tumor"; anteriormente, ele se havia declarado "católico apostólico romano"
Brigado com igreja, Chávez se diz evangélico
DA REDAÇÃO
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou ontem ser
"membro ativo" da igreja evangélica, em meio a uma polêmica disputa verbal entre ele e membros
da Igreja Católica local.
Anteontem, os bispos da Conferência Episcopal Venezuelana
(CEV) recusaram um chamado
de Chávez para um encontro. Anteriormente, Chávez os havia chamado de "tumor" por causa de
críticas feitas às suas políticas.
"Eu converso com Deus todos
os dias. Deus anda em todas as
partes. Sou membro ativo da Igreja Evangélica Cristã e cristão praticante", afirmou Chávez.
A frase gerou surpresa na imprensa local. Chávez sempre se
definiu como "católico apostólico
romano" e participou de uma
missa católica televisionada na semana passada.
O catolicismo é predominante
entre os 23 milhões de habitantes
da Venezuela (seguido por cerca
de 93% da população).
O representante do Conselho
Evangélico da Venezuela, Samuel
Olson, disse desconhecer que o
presidente fosse evangélico. Ele
não quis fazer comentários, alegando que queria ver a frase dentro de seu contexto.
Chávez usa regularmente em
seus discursos frases religiosas e
passagens da Bíblia e frequentemente se dirige aos venezuelanos
chamando-os de "irmãos", termo
utilizado também entre os membros das igrejas evangélicas.
Segundo os analistas políticos,
as igrejas evangélicas deram
apoio a Chávez em sua campanha
presidencial de 1998.
A disputa entre Chávez e a cúpula da Igreja Católica venezuelana tem levado nos últimos dias a
situações insólitas, como um pedido, feito pelo prefeito de Caracas, Alfredo Peña, aos bispos para
submeter Chávez a uma sessão de
exorcismo. Peña, ex-aliado do
presidente, é hoje um de seus
mais duros adversários.
O cardeal-arcebispo de Caracas,
dom Ignacio Velasco, afastou a
possibilidade de exorcizar o presidente, mas disse esperar que um
milagre o impeça de adotar políticas mais radicais para enfrentar a
crescente oposição. "Nós acreditamos em milagres."
Em declarações ao jornal "El
Mundo", porém, Velasco disse
não descartar a possibilidade de
excomungar Chávez numa situação extrema. "A Igreja tem os mecanismos para excomungar o
presidente Chávez se isso for proposto, depois de avaliar que ele assumiu uma posição muito grave."
Claque
Bolivianos que receberam Chávez com entusiasmo em sua chegada anteontem a Santa Cruz, na
Bolívia, disseram que foram levados por funcionários da embaixada ao aeroporto, após promessa
de que seria construída, com fundos venezuelanos, uma creche em
seu bairro, chamado Venezuela.
"O pessoal da embaixada [venezuelana" veio nos buscar e disse
que construiriam a obra no bairro", disse María Góngora.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Coca destrói Amazônia, dizem EUA Próximo Texto: Panorâmica - Argentina: País nega extradição e liberta ex-repressor Índice
|