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IRAQUE OCUPADO
Presidente sugere confrontar informações sobre a guerra
Bush quer "saber fatos" sobre armas
DA REDAÇÃO
Em sua primeira reação pública
às declarações de David Kay, o ex-chefe da busca americana por armas no Iraque, George W. Bush
disse que quer "saber os fatos" sobre qualquer falha de inteligência
que tenha ocorrido sobre as armas de destruição em massa iraquianas. Mas o presidente não
apoiou a abertura de uma investigação independente.
"Quero que o povo americano
saiba que eu também quero saber
os fatos", disse Bush a jornalistas
após reunir-se com economistas.
Kay, que deixou a chefia do
Grupo de Pesquisa do Iraque na
sexta-feira passada após sete meses de buscas, disse não acreditar
na existência do arsenal proibido
- que Washington acusou Bagdá de manter e usou como justificativa para a guerra.
O inspetor recomendou ao Senado dos EUA a abertura de uma
investigação independente para
apurar as falhas, as quais ele atribuiu aos serviços de inteligência.
A sugestão foi prontamente encampada por políticos de oposição (democratas) e até por alguns
governistas (republicanos), como
o senador John McCain.
Mas, em vez da investigação,
Bush disse que quer "comparar o
que o Grupo de Pesquisa Iraquiano constatou com aquilo que pensávamos antes de ir à guerra" -o
mesmo que sua assessora de Segurança Nacional, Condoleezza
Rice, sugerira anteontem.
"Uma coisa é certa. Uma coisa
nós sabemos: Saddam Hussein
era um perigo, um perigo crescente", disse Bush.
Mês sangrento
A captura do ex-ditador pelos
EUA, em dezembro, reduziu o
número de ataques contra as forças de ocupação, mas a campanha
da insurgência está mais efetiva:
dos nove meses de pós-guerra, janeiro teve o terceiro maior número de mortes de soldados americanos em ataques, segundo o jornal britânico "Financial Times".
Até ontem, 33 soldados americanos haviam sido mortos em
ações hostis no mês, um aumento
de 37,5% em relação a dezembro.
Apenas em outubro (35) e novembro (94) foram registradas
mais baixas dos EUA.
Segundo o "FT", mais da metade das mortes em ataques ocorridas em janeiro (18) tiveram lugar
na Província de Anbar, que fica
no instável Triângulo Sunita, bastião do regime deposto, e inclui cidades como Fallujah e Ramadi.
Outras quatro mortes envolvendo a queda de helicópteros neste
mês estão sendo investigadas para saber se foram ou não resultado de ataques. Se confirmado que
foram, janeiro passaria a ser o
mês com o segundo maior número de baixas no pós-guerra.
Embora os americanos tenham
anunciado uma queda na média
de ataques de 35 por dia em outubro e novembro para 18 na última
semana, os comandantes americanos têm dito que não acreditam
no fim da insurgência.
Ontem, em Bagdá, duas granadas-foguetes atingiram o teto da
embaixada holandesa, mas ninguém foi ferido. No norte, um carro-bomba foi desarmado em Hawija, e um posto de controle foi
atacado em Salman Beg.
Apesar da persistência da violência, o secretário-geral da ONU,
Kofi Annan, decidiu enviar uma
missão ao país para avaliar a possibilidade de promover eleições
diretas neste ano. A entidade saiu
do Iraque, em outubro, após sua
sede sofrer dois atentados.
"A coalizão prometeu fazer o
máximo para proteger a missão.
Então, penso que, nos próximos
dias, a equipe viajará e já começará a trabalhar", disse Annan.
Com agências internacionais
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