|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES ARMADAS
Insurgentes concentram ação na região de Bagdá e infiltram suicidas em filas de votação; suspeita-se que um deles seja deficiente mental
Com "eleitor-bomba", ataques matam 35
DA REDAÇÃO
A insurgência iraquiana cumpriu as ameaças, intensificadas na
última semana, e realizou uma série de ataques a postos eleitorais
ontem. No total, 35 pessoas foram
mortas em ataques suicidas durante o horário de votação, além
de nove terroristas.
A autoria das ações de ontem foi
assumida pelo terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi, sunita ligado à Al Qaeda, que declarara guerra à eleição e prometera
matar qualquer "infiel" que fosse
votar.
Em comunicado na internet,
Zarqawi disse que "13 leões" de
sua organização "lançaram ataques aos centros de infidelidade e
apostasia em várias regiões do
Iraque". "Outras brigadas da organização lançaram ao menos 30
foguetes dentro da "Zona Verde" e
em algumas seções eleitorais",
acrescenta a nota, em referência à
região mais fortificada de Bagdá.
A maior parte dos ataques aconteceu na capital iraquiana, onde,
segundo o ministro iraquiano do
Interior, Falab al Naqib, ao menos
27 pessoas foram mortas -sem
contar as vítimas do acidente envolvendo um avião Hércules C-130 da Força Aérea britânica (leia
nesta página).
Nas operações mais sangrentas
na capital iraquiana, os insurgentes utilizaram um novo artifício,
os "eleitores-bomba". Com as zonas eleitorais protegidas por militares americanos e iraquianos
-dificultando a aproximação de
carros-bomba-, terroristas suicidas que levavam explosivos
amarrados ao corpo se infiltraram em filas de votação para detonar seus artefatos.
Deficiente Mental
Tal tática foi colocada em prática em ao menos três postos de votação em Bagdá, com seis eleitores
mortos na região oeste, outros
quatro em Sadr City, tradicional
reduto xiita da capital, e mais um
morto no sul da cidade. O governo interino do Iraque disse que,
nesse último ataque terrorista, há
suspeita de que a insurgência tenha usado um deficiente mental
como suicida.
"Eles [insurgentes] já usaram
até carroças puxadas por burros,
por que poupariam um deficiente
mental?", questionou Adnan Abdul-Rahman, porta-voz do governo, em referência à carroça-bomba utilizada em atentado em novembro de 2003.
Outro ataque suicida aconteceu
na Província de Babil, ao sul de
Bagdá. Segundo o comando militar polonês, que administra a região, um homem-bomba detonou explosivos dentro de um ônibus que transportava eleitores na
cidade de Abu Alwan -cinco
pessoas morreram e outras 17 ficaram feridas.
O temor de ataques como esses
afastou parte dos eleitores cadastrados, especialmente nas áreas
de predominância sunita. No chamado Triângulo Sunita, a noroeste de Bagdá, as zonas de votação
passaram a maior parte do dia vazias, principalmente em Fallujah,
Ramadi e Beiji. Segundo moradores, os quatro postos eleitorais do
bairro sunita de Azamiyah, em
Bagdá, nem chegaram a abrir para a votação de ontem.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Voto pode ser resposta política a radicalismo, diz analista libanês Próximo Texto: Avião britânico cai perto de Bagdá e mata ao menos dez militares Índice
|