São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

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Para Liga Árabe, eleição é avanço, mas Iraque não é modelo a seguir

DA REDAÇÃO

A Liga Árabe, entidade que reúne 22 países, reagiu com cautela à votação no Iraque. Hossam Zaki, porta-voz da organização, afirmou que a eleição "foi um passo à frente", mas acrescentou que o Iraque, em sua segurança instável, é "um modelo a ser evitado".
Mais entusiástico foi o presidente dos Emirados Árabes Unidos, o xeque Zayed bin Sultan Nahyan, tradicional aliado americano. Ele telefonou ao premiê interino iraquiano, Iyad Allawi, após o fechamento das urnas para dar "parabéns e bênçãos" ao governo e aos cidadãos do Iraque, que "entra na rota da liberdade".
Entre a opinião pública árabe, misto de esperança e reticência. O jornal "Al Hayat", que, mesmo baseado em Londres, é bastante influente, disse que, "apesar do boicote sunita e da violência contínua, o dia de hoje deixará uma marca na história iraquiana".
Mais irônico, o diário "Al Dustur", da Jordânia, publicou em sua primeira página uma charge de um iraquiano impedido de chegar a um posto de votação cercado por bombas.
Entre a população árabe, também uma reação dividida. "Essa eleição é um filme americano feito para convencer iraquianos para garantir que os EUA fiquem no Iraque e com seu petróleo", declarou à agência Associated Press o comerciante Mohammed Fakhri. Já Fathi al Uraiqi, universitário iemenita, avaliou a eleição como "um bom presságio para acabar com a ditadura na região".
Esse aspecto foi abordado pelo cientista político saudita Turki al Hamad. "Os governos árabes não podem admitir isso, mas não querem que a experiência democrática dê certo", disse, concluindo que o êxito na realização à força de eleição no Iraque é uma ameaça à autocracia de países árabes.


Com agências internacionais

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