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Para Liga Árabe, eleição é avanço,
mas Iraque não é modelo a seguir
DA REDAÇÃO
A Liga Árabe, entidade que reúne 22 países, reagiu com cautela à
votação no Iraque. Hossam Zaki,
porta-voz da organização, afirmou que a eleição "foi um passo à
frente", mas acrescentou que o
Iraque, em sua segurança instável, é "um modelo a ser evitado".
Mais entusiástico foi o presidente dos Emirados Árabes Unidos, o xeque Zayed bin Sultan
Nahyan, tradicional aliado americano. Ele telefonou ao premiê interino iraquiano, Iyad Allawi,
após o fechamento das urnas para
dar "parabéns e bênçãos" ao governo e aos cidadãos do Iraque,
que "entra na rota da liberdade".
Entre a opinião pública árabe,
misto de esperança e reticência. O
jornal "Al Hayat", que, mesmo
baseado em Londres, é bastante
influente, disse que, "apesar do
boicote sunita e da violência contínua, o dia de hoje deixará uma
marca na história iraquiana".
Mais irônico, o diário "Al Dustur", da Jordânia, publicou em
sua primeira página uma charge
de um iraquiano impedido de
chegar a um posto de votação cercado por bombas.
Entre a população árabe, também uma reação dividida. "Essa
eleição é um filme americano feito
para convencer iraquianos para
garantir que os EUA fiquem no
Iraque e com seu petróleo", declarou à agência Associated Press o
comerciante Mohammed Fakhri.
Já Fathi al Uraiqi, universitário iemenita, avaliou a eleição como
"um bom presságio para acabar
com a ditadura na região".
Esse aspecto foi abordado pelo
cientista político saudita Turki al
Hamad. "Os governos árabes não
podem admitir isso, mas não querem que a experiência democrática dê certo", disse, concluindo
que o êxito na realização à força
de eleição no Iraque é uma ameaça à autocracia de países árabes.
Com agências internacionais
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