São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

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ORIENTE MÉDIO

Ato contra o "plano Gaza" reúne 130 mil

Israel sairá de cinco cidades na Cisjordânia e anistiará fugitivos

DA REDAÇÃO

Israel se retirará de cinco cidades da Cisjordânia ainda nesta semana e concederá uma anistia aos militantes palestinos considerados fugitivos no território, disseram autoridades palestinas após encontro com o ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz.
Essas medidas contribuem para o cenário positivo na região, no qual Israel vem dando um crédito de confiança para o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, que tem se esforçado para impedir ataques terroristas contra israelenses.
"Eu acredito que essa seja uma oportunidade para criarmos uma nova realidade", disse Mofaz após se reunir com Mohammed Dahlam, principal assessor de Abbas para a área de segurança.
Pelo lado palestino, o premiê Ahmed Korei classificou o encontro Dahlam-Mofaz como "um grande sucesso". As cinco cidades palestinas das quais Israel deve se retirar são Ramallah, Tulkarem, Qalqylia, Jericó e Belém.
A anistia dos perseguidos por Israel ajuda Abbas a cumprir a sua promessa de campanha para a Presidência -ele foi eleito no dia 9. O novo presidente palestino disse na época que os fugitivos seriam reintegrados à sociedade palestina sem o risco de serem perseguidos pelos israelenses.
Saeb Erekat, principal negociador palestino, diz que o objetivo agora é convencer Israel a voltar para as posições anteriores à eclosão da Intifada (levante palestino), há mais de quatro anos. Os israelenses afirmam que o desejo palestino somente será realizado se a calma persistir nos territórios por um período mais longo.
Já faz mais de dez dias que não ocorrem graves episódios de violência envolvendo palestinos e israelenses.
Além disso, o presidente palestino negocia com os grupos terroristas uma trégua nas ações contra Israel. Na prática, tanto as organizações como Israel já vivem um cessar-fogo temporário.
Autoridades palestinas e israelenses também disseram ontem que Abbas deverá se reunir com o premiê Ariel Sharon no dia 8. Porém a data ainda não foi confirmada oficialmente.
Em Beirute, o líder grupo extremista islâmico Hizbollah -considerado terrorista pelos EUA e por Israel-, xeque Hassan Nasrallah, e o principal líder do grupo terrorista Hamas, Khaled Meshaal, divulgaram comunicado informando que manterão a resistência contra os israelenses.
Não ficou claro, porém, se o Hamas estaria abandonando a trégua temporária.

Manifestação de colonos
Cerca de 130 mil manifestantes -a maior parte deles colonos judeus- realizam desde ontem uma grande manifestação em Jerusalém contra o plano de retirada dos assentamentos judaicos da faixa de Gaza e de quatro isolados na Cisjordânia, que deve ser levado adiante por Sharon. O protesto deveria durar 24 horas, encerrando-se apenas hoje.


Com agências internacionais


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