São Paulo, domingo, 31 de março de 2002

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No gabinete de Arafat, slogan diz "não passarão"

DA REUTERS

Assessores de Iasser Arafat disseram ontem que os soldados israelenses estão a apenas uma porta do escritório particular do líder palestino, depois de uma noite de bombardeio e tiroteio contínuos em seu quartel-general.
Arafat passou a noite na escuridão depois que os soldados de Israel que cercaram o complexo, em Ramallah (Cisjordânia), cortaram a eletricidade e as linhas telefônicas. Segundo os assessores, as condições no prédio estão piorando.
De acordo com eles, as tropas israelenses estavam gradualmente apertando o cerco a Arafat e a uns poucos homens próximos do presidente da Autoridade Nacional Palestina.

"Não passarão"
Arafat, habituado a situações de risco durante sua longa trajetória, mantinha-se desafiador.
Tawfiq al-Tirawi, chefe da inteligência palestina na Cisjordânia, disse à TV Al Jazeera, do Qatar, que as forças especiais de Israel abriram caminho a tiros até a porta que dá acesso ao escritório privado de Arafat. Dois guarda-costas do líder palestino ficaram feridos nessa ação.
"Nós não apenas passamos a noite sob cerco, mas sob contínuo bombardeio", disse Tirawi. Questionado sobre como Arafat passou a noite, ele disse: "Como todos nós. Não há luz elétrica nem água. Tudo o que podemos fazer é resistir".
O chefe de gabinete de Arafat, Hassan Asfour, disse: "Eles cortaram tudo [de Arafat], menos sua vontade".
Os assessores de Arafat trataram de cobrir as paredes com slogans para elevar o moral. "Não passarão", diz um deles, desenhado em grandes letras árabes na porta do gabinete.
Segundo pessoas que acompanharam o cerco, Arafat e seus funcionários não têm mantimentos suficientes para permanecer muito tempo sob cerco.
Elas disseram também que o líder palestino ajudou pessoalmente a atender os feridos nos combates. Segundo essas testemunhas, Israel impediu que as vítimas fossem levadas a um hospital.



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