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FHC defende maior intervenção diplomática
RENATA GIRALDI
ENVIADA ESPECIAL A FERNANDO DE NORONHA
O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que
o governo poderá enviar soldados
para colaborar no processo de paz
no Oriente Médio. Defendeu que
os líderes mundiais unam-se sob
comando do presidente norte-americano, George W. Bush, para
buscar soluções que encerrem os
conflitos na região.
Segundo FHC, a ação conjunta
dos países em busca de soluções
que levem ao fim dos confrontos
no Oriente Médio transformou-se em prioridade, pois líderes israelenses e palestinos não conseguem solucionar a questão.
"Se, sozinhos, não conseguem,
acho que devemos nos juntar e
botar um ponto final nessa guerra, que é inaceitável", afirmou o
presidente, dizendo-se chocado
com o que tem sido noticiado.
"Quem liga a TV fica horrorizado: é morte, é morte. Ninguém
quer morte, ainda mais agora que
é Páscoa, é ressurreição, é vida.
Nós queremos é o amor. É inaceitável esse estado de tensão que leva à morte", declarou.
"Agora é necessária uma intervenção firme de todos os líderes
mundiais, chefiados pelo presidente Bush, que é o homem que
tem a responsabilidade maior",
disse FHC.
O presidente afirmou que o Brasil participará ativamente do processo de paz na região. "O Brasil
está disposto a participar mais ativamente. Na medida em que se
torna um país com peso crescente
no mundo, também deve assumir
responsabilidades crescentes, estamos dispostos."
FHC conversou com o chanceler Celso Lafer ao saber do agravamento da crise.
Ele determinou que fosse expressa a posição brasileira e enviou sua opinião ao príncipe saudita Abdullah, que apresentou
uma proposta para o fim dos conflitos, e ao governo canadense.
FHC descartou, porém, a possibilidade de intervenção direta na
região. Na sua opinião, a colaboração externa deve ser em torno
de uma proposta que atenda a palestinos e israelenses e citou a sugestão apresentada por Abdullah.
"Não adianta intervenção direta. Eu me refiro a gestões de paz. O
que adianta é criar clima e fazer
pressão. Pressão sobre os dois líderes [Ariel Sharon, premiê de Israel, e Iasser Arafat, dirigente palestino"", afirmou o presidente.
FHC criticou o cerco imposto
pelo governo israelense a Arafat.
"O Arafat no momento está cercado. Está sendo imposta a ele
uma humilhação. Não se pode pedir que um homem humilhado
não reaja. Não acho que é pela humilhação que se convence", disse
ele.
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