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Netanyahu assume hoje, em guinada à direita
DO "FINANCIAL TIMES"
Binyamin Netanyahu fará
hoje o juramento como premiê
de Israel, marcando uma guinada à direita, para um governo
de "falcões" justamente enquanto o país encara crescentes críticas internacionais.
Primeiro-ministro entre
1996 e 1999, o líder do Likud
(direita) governará com uma
ampla coalizão, que inclui o ultradireitista Israel Beitenu, o
centro-esquerdista Trabalhista
e o ortodoxo Shas. O governo
deverá englobar seis partidos,
com propostas opostas em temas como política externa.
Mesmo no Likud, Netanyahu
enfrenta disputa pelos oito cargos ministeriais destinados ao
partido. Ele deve acumular a
pasta das Finanças, a única das
mais relevantes ainda não oferecida a seus colegas da coalizão -o Israel Beitenu ficará
com a Chancelaria e os trabalhistas, com a Defesa.
Ontem, ele voltou a falar em
negociações de paz, como parte
de um amplo esforço para conter a preocupação internacional quanto a seu futuro governo, tido como bem menos entusiasta de um acordo com os palestinos que o atual.
"Meu governo fará o que puder para chegar a uma justa e
duradoura paz com nossos vizinhos e todo o mundo árabe."
Netanyahu refuta o conceito
de um Estado palestino independente -alicerce dos esforços diplomáticos desde os
Acordos de Oslo (1993). Ele defende a ideia de atingir a paz
fortalecendo a economia palestina e não concedendo terras.
Além das dificuldades internacionais causadas pelas denúncias de abuso na recente investida militar em Gaza, o
mundo árabe repudiou a indicação de Avigdor Liberman, líder do Israel Beitenu e conhecido por seus arroubos antiárabes, como chanceler.
A inclusão dos trabalhistas
na coalizão arrefeceu o temor
de Netanyahu depender demais da direita. Mas, a despeito
da manutenção do ex-premiê
Ehud Barak como ministro da
Defesa, não está claro se os trabalhistas, com 5 das 30 cadeiras
no gabinete, contrabalançarão
a influência da direita.
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