São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 2011

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ANÁLISE

Fala de líder americano foi aceno positivo para o Brasil

ADRIANO PIRES
ESPECIAL PARA A FOLHA

O presidente americano, Barack Obama, surpreendeu ao anunciar ambiciosas metas para o futuro da segurança energética nos EUA.
O discurso teve como principais alvos a redução da dependência do petróleo e o desenvolvimento de um suprimento energético limpo.
Entre suas principais medidas estão aumentar a produção interna de petróleo e de energia proveniente de fontes alternativas. É curioso que Obama classifica o gás natural como uma fonte alternativa.
Obama quer que os Estados Unidos reduzam em um terço os 11 milhões de barris de petróleo importados diariamente. Pretende como primeira medida incentivar a produção de petróleo em novas fronteiras como o Alasca e o Atlântico Médio e Sul.
Ele vai encorajar a exploração "offshore", desde que de forma "segura e responsável". Isso mostra que os EUA estarão do lado do Brasil na produção do pré-sal.
Para a geração elétrica, o objetivo de Obama é aumentar o uso de fontes renováveis (eólica, solar, gás natural, carvão limpo e nuclear) dos atuais 40% para 80% até 2035, com uma política de incentivos governamentais.
O Brasil foi um dos destaques do discurso ao ser incluído, com México e Canadá, entre os futuros fornecedores de petróleo confiáveis.
Os Estados Unidos e o Brasil podem se tornar parceiros estratégicos no comércio e desenvolvimento do petróleo do pré-sal, pois há convergência técnica e científica entre a exploração de petróleo nas águas profundas da costa brasileira e no Golfo do México.
Um bom exemplo foi a autorização obtida pela Petrobras, em meados de março, para operar a primeira plataforma do tipo FPSO no Golfo do México.
Outra área em que o Brasil pode ser um parceiro importante dos EUA é a de biocombustíveis.
Obama destacou a importância do Brasil como produtor de biocombustíveis e a ideia é criar um mercado internacional de etanol transformando-o em commodity.
O fato de destacar o Brasil no seu discurso mostra que a recente visita de Obama ao Brasil classifica o país como parceiro preferencial dos EUA na área de energia.

ADRIANO PIRES é diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE) e professor da UFRJ


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