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EUA dizem não aceitar Coreia do Norte como Estado nuclear
Robert Gates, secretário da Defesa, sobe tom contra teste atômico norte-coreano
EUA enviam novos caças ao Pacífico após conversa entre Obama e o premiê japonês; Seul diz que vizinha prepara míssil de longo alcance
DA REDAÇÃO
Na resposta mais dura à Coreia do Norte desde o último
domingo, quando o país fez um
teste nuclear, o secretário da
Defesa americano, Robert Gates, disse que os EUA não aceitarão o regime de Pyongyang
como um "Estado nuclear" e
que consideraria uma "grave
ameaça" ao Ocidente a venda
de tecnologia de armas a outros
países ou grupo terroristas.
"Não vamos ficar parados enquanto a Coreia do Norte monta a capacidade de causar destruição em qualquer alvo na
Ásia -ou em nós", disse Gates
em uma reunião com os ministros da Defesa de Coreia do Sul
e Japão em Cingapura, ontem.
O secretário ressaltou que
não considera hoje o regime
norte-coreano uma ameaça direta aos EUA e que não planeja
enviar tropas à península Coreana, mas que o "caminho"
percorrido por Pyongyang pode levar a uma "corrida armamentista" na região.
Os EUA estão reforçando,
porém, seu arsenal militar no
Pacífico. Doze novos caças F-12
chegaram ontem à base aérea
americana de Okinawa, no Japão. O envio foi decidido após
conversa entre o presidente
Barack Obama e o premiê japonês, Taro Aso.
O teste nuclear de domingo
-o segundo promovido pela
Coreia do Norte- gerou reprovação internacional unânime,
inclusive de Rússia e China,
principais aliados de Pyongyang. Ontem, em conversa telefônica, o presidente russo,
Dmitri Medvedev, e Aso concordaram sobre a "necessidade
de uma resposta mais séria" à
ação norte-coreana.
A tensão regional aumentou
ao longo da semana, após o teste de domingo, com os seis mísseis de curto alcance disparados pelos norte-coreanos. Seul
reagiu aderindo a uma iniciativa americana de controle marítimo regional, o que, por sua
vez, fez com que Pyongyang declarasse que qualquer "escaramuça" na fronteira poderia levar a um confronto direto.
A Coreia do Norte também
disse que considera invalidado
o armistício de 1953 que pôs
fim, na prática, à guerra entre
as duas Coreias.
O que está por trás da escalada norte-coreana é incerto,
mas o regime do ditador Kim
Jong-il pode estar repetindo a
tática de ameaçar militarmente
para barganhar concessões ao
seu empobrecido e isolado país.
"Talvez a Coreia do Norte tenha erroneamente acreditado
que seria recompensada por
seu comportamento", disse ontem o ministro da Defesa sul-coreano, Lee Sang-hee.
Sanções
A Coreia do Norte abandonou em abril as negociações internacionais sobre seu desarmamento, depois de receber
críticas e sanções pelo lançamento de um foguete.
O Conselho de Segurança
(CS) da ONU está redigindo novas sanções ao país, mas restrições similares -impostas após
o primeiro teste atômico da Coreia do Norte, em 2006- tiveram pouco efeito prático.
A Coreia do Norte prometeu
reagir a novas sanções com novos disparos de mísseis no mar
do Japão. Ontem, a Coreia do
Sul disse que seus satélites espiões detectaram que o vizinho
do norte pode estar preparando
mais um lançamento de projétil de longo alcance.
Com agências internacionais
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