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Brasil se irrita com desmentidos dos EUA
Itamaraty nega versão de que "sabia perfeitamente" que pacto com Irã era "inaceitável"
DE WASHINGTON
O Itamaraty reagiu com irritação neste fim de semana
às declarações dos EUA de
que o Brasil "sabia perfeitamente" que o acordo nuclear
com o Irã nos termos alcançados seria "inaceitável".
Oficiais dos EUA fizeram
ofensiva na sexta para dizer
que a carta enviada pelo presidente Barack Obama ao colega Luiz Inácio Lula da Silva
em 20 de abril não continha
"instruções" para acordo.
A principal reação, segundo alto funcionário brasileiro, foi de surpresa por "ouvir
de representantes de terceiro
ou quarto escalão do governo
dos EUA frases que põem em
dúvida o que [Obama] afirmou por meio de carta ao
presidente de outro país".
O funcionário disse ser
"ofensivo imaginar que o governo brasileiro consideraria
carta de chefe de Estado estrangeiro como "instruções"
para a atuação do Brasil".
No texto, Obama diz a Lula
que gostaria de "sugerir um
caminho para avançar" no
diálogo com Teerã.
No dia 17, Brasil, Turquia e
Irã fecharam acordo para troca de urânio que segue pontos mencionados, sobretudo
em relação à troca de material pouco enriquecido por
material enriquecido a 20%.
Os EUA, porém, rechaçaram o acordo e afirmaram depois que suas preocupações
vão além da troca de urânio.
"O ministro Celso Amorim
[Relações Exteriores] tinha
pleno conhecimento das demais preocupações, tanto
dos EUA quanto do Irã", disse o funcionário. "A declaração de Teerã é uma porta de
entrada para criar confiança
e permitir a discussão dos temas de preocupação."
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