São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2010

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Brasil se irrita com desmentidos dos EUA

Itamaraty nega versão de que "sabia perfeitamente" que pacto com Irã era "inaceitável"

DE WASHINGTON

O Itamaraty reagiu com irritação neste fim de semana às declarações dos EUA de que o Brasil "sabia perfeitamente" que o acordo nuclear com o Irã nos termos alcançados seria "inaceitável".
Oficiais dos EUA fizeram ofensiva na sexta para dizer que a carta enviada pelo presidente Barack Obama ao colega Luiz Inácio Lula da Silva em 20 de abril não continha "instruções" para acordo.
A principal reação, segundo alto funcionário brasileiro, foi de surpresa por "ouvir de representantes de terceiro ou quarto escalão do governo dos EUA frases que põem em dúvida o que [Obama] afirmou por meio de carta ao presidente de outro país".
O funcionário disse ser "ofensivo imaginar que o governo brasileiro consideraria carta de chefe de Estado estrangeiro como "instruções" para a atuação do Brasil".
No texto, Obama diz a Lula que gostaria de "sugerir um caminho para avançar" no diálogo com Teerã.
No dia 17, Brasil, Turquia e Irã fecharam acordo para troca de urânio que segue pontos mencionados, sobretudo em relação à troca de material pouco enriquecido por material enriquecido a 20%.
Os EUA, porém, rechaçaram o acordo e afirmaram depois que suas preocupações vão além da troca de urânio.
"O ministro Celso Amorim [Relações Exteriores] tinha pleno conhecimento das demais preocupações, tanto dos EUA quanto do Irã", disse o funcionário. "A declaração de Teerã é uma porta de entrada para criar confiança e permitir a discussão dos temas de preocupação."


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