São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 2011

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Candidata ao FMI acena com reformas

Em campanha no Brasil, francesa Christine Lagarde afirma que dará maior diversidade à composição do Fundo

Ministra começa pelo Brasil visita aos países emergentes na corrida pela chefia do FMI e é recebida por Mantega

ANA CAROLINA OLIVEIRA
DE BRASÍLIA

A candidata francesa ao FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, prometeu, em visita ao Brasil, dar prosseguimento às reformas na instituição iniciadas pelo ex-diretor Dominique Strauss-Kahn.
O Brasil quer que os candidatos à sucessão no FMI assumam alguns compromissos com os países emergentes. Entre os pré-requisitos desejados pelo governo brasileiro estão eliminar o critério de permanência de uma autoridade europeia no Fundo e um aumento da participação do Brasil.
O governo brasileiro quer que, até 2012, sua presença no FMI cresça de 1,4% das cotas, percentual que o país detém hoje, para 2,3%. Outro ponto solicitado pelo governo é maior poder de voto dos países emergentes nas decisões da entidade.
"Se for eleita, vou zelar para que o FMI represente toda a diversidade de seus membros. Considero que o Fundo deve dar prosseguimento às reformas e que elas devem incluir a representação apropriada de todos os seus membros", declarou Lagarde.
O Brasil defende ainda que a direção do FMI não seja ocupada só por europeus e que os critérios de escolha se pautem pelo mérito.
Para o ministro Guido Mantega (Fazenda), a direção do Fundo não deve ter uma nacionalidade pré-definida, e sim "seguir os passos" do G20, deixando aberta a possibilidade de que a chefia do FMI seja preenchida por qualquer nacionalidade.
"O mais importante é a competência, a experiência e o compromisso com as reformas e o andamento atual que o Fundo tem. Essa regra de que o FMI deve ser dirigido por um europeu e o Banco Mundial por um americano está ultrapassada", disse.
Lagarde concordou com o ministro nesse ponto e afirmou que para ela, no comando do FMI, o mais importante é o respeito à diversidade de gênero e de origem.
"O fato de eu ser europeia e francesa não é um benefício. O FMI não pertence a ninguém -pertence à totalidade desses membros. Nesse contexto, acredito que todos os países devem ser convenientemente representados", reforçou.
O governo brasileiro também defendeu que a eleição seja para um "mandato-tampão" destinado a concluir a gestão de Strauss-Kahn, que se encerraria no fim de 2012.
Mantega, porém, declarou ontem que o Brasil ainda não tem uma posição firmada sobre o assunto.
Lagarde começou pelo Brasil as viagens a países emergentes para promover sua campanha à direção do FMI. Além de almoçar com Mantega, ela participou de uma reunião com o presidente do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini.


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