DA REDAÇÃO

Depois de mais de 12 anos foragido, o ex-líder sérvio Radovan Karadzic, acusado de genocídio, se apresentará hoje pela primeira vez ao Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, em Haia (Holanda).
Capturado no último dia 21, ele foi extraditado de Belgrado na madrugada de ontem e transferido para o centro de detenções do tribunal, em Scheveningen, perto de Haia, que já abriga 37 suspeitos de crimes de guerra.
O ex-líder é acusado pela morte de 8.000 muçulmanos em Srebrenica e pelas cerca de 12 mil mortes decorrentes do cerco de 44 meses a Sarajevo na Guerra da Bósnia (1992-1995). Ontem, a defesa do acusado admitiu que, apesar de sugestões em contrário, nunca enviou pelo correio uma apelação contra a extradição a Haia.
O processo contra Karadzic deverá demorar vários meses para ser formalmente iniciado. Um de seus advogados afirmou ainda que ele deverá esperar até o fim do limite de 30 dias para se declarar culpado ou inocente.
Apesar disso, promotores afirmam que farão o possível para impedir as estratégias de atraso dos procedimentos usadas pelo presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, que morreu em Haia há dois anos enquanto aguardava o final de seu julgamento.
Será evitada qualquer tentativa de Karadzic de atuar em defesa própria, o que foi usado por Milosevic e causou lentidão. O tribunal trabalha sob pressão: seu mandato expira em 2011, a não ser que seja estendido pelo Conselho de Segurança da ONU.