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MASSACRE
Polícia divulga textos deixados por Mark Barton, que matou a família e mais nove pessoas, antes de suicídio
Cartas revelam perfil de assassino
MARCIO AITH
de Washington
Uma carta impressa e três notas
manuscritas divulgadas ontem
pela polícia revelam a personalidade conturbada de Mark Barton,
o homem que matou sua mulher,
seus dois filhos e mais nove pessoas no Estado da Geórgia (sul
dos EUA) entre terça-feira e quinta-feira passadas.
Barton cometeu suicídio dentro
de seu carro anteontem à noite, ao
ser parado pela polícia.
A carta foi encontrada na sala
do apartamento de Barton na cidade de Stockbridge, a 56 quilômetros de Atlanta. As três notas
estavam sobre os corpos de sua
mulher, de 27 anos, morta na terça-feira à noite e cujo corpo foi
encontrado num armário, e de
seus dois filhos (um menino de 11
anos de seu primeiro casamento e
sua enteada, de 8 anos), mortos
na quarta-feira e encontrados em
suas camas.
Os três foram mortos a marteladas, segundo descrição do próprio assassino, um químico de 44
anos que consumia a maior parte
de seus dias comprando e vendendo ações por computador.
"Houve pouca dor. Todos morreram em menos de cinco minutos. Eu bati neles com um martelo
enquanto dormiam e os coloquei
na banheira com as cabeças para
baixo para ter certeza de que não
acordariam com dor. Para ter certeza que estavam mortos. Sinto
muito."
Na quinta à tarde, Barton matou mais nove pessoas em duas
corretoras de Atlanta das quais foi
cliente. Testemunhas dizem que
ele passou 30 minutos na primeira corretora antes de abrir fogo.
Barton era dono de uma empresa de consultoria, mas comprar e
vender ações em curtos espaços
de tempo (atividade chamada de
"day trade") era sua obsessão.
A carta e as notas encontradas
em seu apartamento não dão indicações claras dos motivos pelos
quais o massacre ocorreu. Há referências vagas a problemas financeiros e uma indicação de que
seu casamento não estava bem.
"Não planejo viver muito mais,
só o suficiente para matar o maior
número de pessoas que, com avareza, procuraram minha destruição. Vocês devem me matar, se
puderem", escreveu ele.
Na nota deixada sobre o corpo
de sua mulher, diz: "Matei Leigh
Ann porque ela era um dos motivos da minha destruição".
Em 1993, a primeira mulher de
Barton e sua mãe foram assassinadas enquanto passavam um feriado no Estado do Alabama. Embora tivesse sido considerado suspeito na época, Barton nem chegou a ser processado porque a polícia não encontrou provas contra
ele. Barton havia assinado um seguro de vida de US$ 600 mil para
o caso da morte de sua mulher, o
que o transformou em suspeito.
Ele ganhou esse dinheiro recentemente, após um processo judicial.
Na carta achada ontem, Barton
nega ter matado sua primeira
mulher: "Pode haver semelhanças entre essas mortes e a morte
de minha primeira mulher, Debra
Spivey. No entanto, nego tê-la
matado e matado sua mãe. Não
há razão para eu mentir agora".
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