São Paulo, terça-feira, 31 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Al Sadr diz que criará movimento de atuação política

DA REDAÇÃO

O clérigo xiita Moqtada al Sadr pediu ontem a seus seguidores no Iraque que interrompessem o levante contra as forças militares dos Estados Unidos e do governo interino do país. Segundo assessores de Al Sadr, o líder religioso tem a intenção de formar um movimento político.
O xeque Ali Smeisim, conselheiro de Al Sadr, anunciou a ordem de cessar-fogo em Najaf, pedindo aos rebeldes que parassem "com os ataques até a divulgação do programa político a ser adotado pelo movimento de Al Sadr".
Questionado se o cessar-fogo teria início imediato, Smeisim disse: "Espero que sim". O clérigo, contudo, já voltou atrás de compromissos semelhantes no passado. O auxiliar de Al Sadr ainda pediu que as tropas iraquianas e americanas abandonassem as zonas urbanas das cidades, embora sem deixar claro que a saída fosse uma condição para a interrupção das hostilidades.
"Essa mais nova iniciativa mostra que queremos estabilidade e segurança no país com o fim dos confrontos em todas as partes do Iraque", disse o porta-voz de Al Sadr em Bagdá, xeque Raed al Khadami. "O escritório de Al Sadr em Najaf vai emitir um chamado dentro de dois dias para a adesão ao processo político."
Principal opositor hoje da presença americana no Iraque, o jovem clérigo radical Al Sadr começou a tornar-se mais popular há cerca de cinco meses, quando sua milícia, o Exército Mehdi, passou a desafiar as forças estrangeiras.
Se a sua participação na política do Iraque se confirmar, será uma derrota para os Estados Unidos. Al Sadr foi chamado de "fora-da-lei" por Paul Bremer, o ex-chefe da Autoridade Provisória da Coalizão. O Exército norte-americano chegou a dizer que pretendia prendê-lo ou matá-lo.
O comando dos EUA anunciou ontem que um soldado morreu e dois ficaram feridos quando uma bomba explodiu durante a passagem de um comboio militar por estrada de Mossul (360 km a noroeste de Bagdá).

Petróleo
Ainda ontem foi anunciado que as exportações de petróleo pelo sul -que responde pela saída de 90% da produção do Iraque- foram totalmente interrompidas devido a ataques a oleodutos. A paralisação impõe ao país prejuízo de US$ 70 milhões por dia.
"Isso está causando uma grande perda ao povo iraquiano em termos de uma receita que poderia ser usada na reconstrução do país e para pagar salários e colocar a economia novamente nos trilhos", disse o premiê interino, Iyad Allawi em entrevista à rede de TV CNN.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Cáucaso: Oposição denuncia a ocorrência de fraudes na eleição tchetchena
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.