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Al Sadr diz que criará movimento de atuação política
DA REDAÇÃO
O clérigo xiita Moqtada al Sadr
pediu ontem a seus seguidores no
Iraque que interrompessem o levante contra as forças militares
dos Estados Unidos e do governo
interino do país. Segundo assessores de Al Sadr, o líder religioso
tem a intenção de formar um movimento político.
O xeque Ali Smeisim, conselheiro de Al Sadr, anunciou a ordem
de cessar-fogo em Najaf, pedindo
aos rebeldes que parassem "com
os ataques até a divulgação do
programa político a ser adotado
pelo movimento de Al Sadr".
Questionado se o cessar-fogo
teria início imediato, Smeisim
disse: "Espero que sim". O clérigo,
contudo, já voltou atrás de compromissos semelhantes no passado. O auxiliar de Al Sadr ainda pediu que as tropas iraquianas e
americanas abandonassem as zonas urbanas das cidades, embora
sem deixar claro que a saída fosse
uma condição para a interrupção
das hostilidades.
"Essa mais nova iniciativa mostra que queremos estabilidade e
segurança no país com o fim dos
confrontos em todas as partes do
Iraque", disse o porta-voz de Al
Sadr em Bagdá, xeque Raed al
Khadami. "O escritório de Al Sadr
em Najaf vai emitir um chamado
dentro de dois dias para a adesão
ao processo político."
Principal opositor hoje da presença americana no Iraque, o jovem clérigo radical Al Sadr começou a tornar-se mais popular há
cerca de cinco meses, quando sua
milícia, o Exército Mehdi, passou
a desafiar as forças estrangeiras.
Se a sua participação na política
do Iraque se confirmar, será uma
derrota para os Estados Unidos.
Al Sadr foi chamado de "fora-da-lei" por Paul Bremer, o ex-chefe
da Autoridade Provisória da Coalizão. O Exército norte-americano
chegou a dizer que pretendia
prendê-lo ou matá-lo.
O comando dos EUA anunciou
ontem que um soldado morreu e
dois ficaram feridos quando uma
bomba explodiu durante a passagem de um comboio militar por
estrada de Mossul (360 km a noroeste de Bagdá).
Petróleo
Ainda ontem foi anunciado que
as exportações de petróleo pelo
sul -que responde pela saída de
90% da produção do Iraque- foram totalmente interrompidas
devido a ataques a oleodutos. A
paralisação impõe ao país prejuízo de US$ 70 milhões por dia.
"Isso está causando uma grande
perda ao povo iraquiano em termos de uma receita que poderia
ser usada na reconstrução do país
e para pagar salários e colocar a
economia novamente nos trilhos", disse o premiê interino,
Iyad Allawi em entrevista à rede
de TV CNN.
Com agências internacionais
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