São Paulo, terça-feira, 31 de agosto de 2004

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MISSÃO NO CARIBE

Patrulhas brasileiras vistoriam local

Haitianos dizem que ex-soldados tomaram cidade; Brasil desmente

FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO

Emissoras de rádio haitianas informaram ontem que um grupo de até 150 ex-soldados haitianos assumiu o controle da cidade de Petit-Goave, 70 km a sudoeste de Porto Príncipe. Segundo esses relatos, a invasão ocorreu no domingo à noite, quando a polícia local abandonou seus postos, mas não houve feridos. A missão brasileira no país, no entanto, negou que a cidade estivesse tomada.
O líder seria o ex-sargento Ravix Remissain, que, em entrevista, teria prometido "manter a ordem". Os ex-militares têm exigido o restabelecimento do Exército, dissolvido em 1994 pelo então presidente, Jean-Bertrand Aristide. O premiê haitiano, Gérard Latortue, prometeu receber uma comissão de ex-militares, segundo a agência de notícias France Presse.
Procurada pela Folha, a ONG Coalizão Nacional para os Direitos Haitianos, uma das mais importantes do país, disse ter sido informada que o comissariado de polícia havia sido tomado por ex-militares, mas que a entidade não pôde confirmar a informação até ontem. Ainda de acordo com a ONG, representantes do governo foram à cidade para negociar.
O ministro da Defesa, José Viegas, foi informado dos relatos e ordenou que o Estado-Maior da Defesa investigasse a situação na cidade, que, segundo o Ministério, está na área sob controle de forças uruguaias.
A seção de Comunicação Social das forças brasileiras no Haiti informou à Folha que uma patrulha enviada à cidade ontem verificou que os policiais não saíram dos postos e estavam "convivendo" com os ex-militares. Alguns deles estavam armados, mas sem uma "atitude agressiva". Não havia sinais de violência pela cidade.
A missão brasileira confirmou que essa área é de responsabilidade do Uruguai, mas, devido ao atraso da chegada de todos os soldados da missão de paz da ONU, a patrulha acabou sendo feita por militares brasileiros.

Franceses atacados
A comitiva do secretário de Estado para Relações Exteriores da França, Renaud Muselier, foi atacada ontem quando visitava uma favela em Porto Príncipe.
O incidente teve início no momento em que jovens da favela Cite Soleil jogaram pedras na delegação de Muselier. Quando a polícia haitiana deu tiros para o ar, membros de gangues dispararam na direção dos visitantes. Segundo uma testemunha, um policial francês ficou ferido.


Com agências internacionais


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