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Olmert rejeita
apelo para pôr
fim a bloqueio
DO "NEW YORK TIMES",
EM JERUSALÉM
O premiê israelense, Ehud
Olmert, rejeitou ontem o pedido do secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, para que
suspenda o bloqueio imposto por Israel ao Líbano há sete semanas. Ao rejeitar o pedido, Olmert se referiu à insistência expressa por Annan anteriormente, de que
todas as partes envolvidas no
cessar-fogo mediado pela
ONU cumpram todas as
cláusulas do acordo.
A resolução, disse Olmert,
parafraseando Annan, "não é
uma tábua de frios. Não é um
bufê. É uma refeição completa". Portanto, afirmou, Israel
não poderia suspender o bloqueio em uma parte do Líbano e não em outras.
Olmert também rejeitou o
pedido de Annan para que as
tropas israelenses se retirem
do sul do Líbano assim que as
forças da ONU na região
atingirem 5.000 homens, em
vez de esperar que o contingente cresça até o total previsto, de 15 mil.
Palestinos mortos
De Jerusalém, Annan foi à
Cisjordânia, onde se reuniu
com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Annan
disse que o conflito nos territórios palestinos continua
sério, apesar de as atenções
mundiais terem se desviado
para o Líbano.
"O sofrimento do povo palestino não deve ser esquecido enquanto nos esforçamos
por levar a paz ao povo do Líbano", disse Annan. "Mais de
200 palestinos foram mortos
desde o fim de junho. Isso
precisa parar imediatamente." Nove palestinos, entre
eles um menino de 14 anos,
morreram ontem em confrontos com Israel em Gaza.
Ao deixar o Líbano, na terça-feira, após dois dias de negociações e visitas a áreas devastadas, Annan disse estar
convencido de que os libaneses estavam levando a sério a
preservação do cessar-fogo.
Um relatório da força da
ONU no Líbano (Unifil) que
Annan encaminhou ao ministro da Defesa israelense,
Amir Peretz, demonstrou
que o Hizbollah havia violado o cessar-fogo quatro vezes, enquanto Israel o fizera
em quase 70 ocasiões.
Ontem porém, surgiram
sinais sobre os limites da disposição do governo libanês
para cumprir as exigências
da resolução da ONU.
Um membro do gabinete
libanês que pertence ao Hizbollah, Mohammed Fneish,
disse que o grupo não libertaria os dois soldados israelenses capturados no mês
passado, acrescentando que
eles só seriam repatriados
como parte de uma troca de
prisioneiros.
E o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, rejeitou sugestões feitas por Kofi
Annan e funcionários israelenses para que as negociações sobre o cessar-fogo conduzam a um acordo de paz
entre os dois países. O Líbano, disse Siniora, "será o último país árabe a assinar um
acordo de paz com Israel".
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