São Paulo, quinta-feira, 31 de agosto de 2006

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Olmert rejeita apelo para pôr fim a bloqueio

DO "NEW YORK TIMES",
EM JERUSALÉM

O premiê israelense, Ehud Olmert, rejeitou ontem o pedido do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para que suspenda o bloqueio imposto por Israel ao Líbano há sete semanas. Ao rejeitar o pedido, Olmert se referiu à insistência expressa por Annan anteriormente, de que todas as partes envolvidas no cessar-fogo mediado pela ONU cumpram todas as cláusulas do acordo.
A resolução, disse Olmert, parafraseando Annan, "não é uma tábua de frios. Não é um bufê. É uma refeição completa". Portanto, afirmou, Israel não poderia suspender o bloqueio em uma parte do Líbano e não em outras.
Olmert também rejeitou o pedido de Annan para que as tropas israelenses se retirem do sul do Líbano assim que as forças da ONU na região atingirem 5.000 homens, em vez de esperar que o contingente cresça até o total previsto, de 15 mil.

Palestinos mortos
De Jerusalém, Annan foi à Cisjordânia, onde se reuniu com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Annan disse que o conflito nos territórios palestinos continua sério, apesar de as atenções mundiais terem se desviado para o Líbano.
"O sofrimento do povo palestino não deve ser esquecido enquanto nos esforçamos por levar a paz ao povo do Líbano", disse Annan. "Mais de 200 palestinos foram mortos desde o fim de junho. Isso precisa parar imediatamente." Nove palestinos, entre eles um menino de 14 anos, morreram ontem em confrontos com Israel em Gaza.
Ao deixar o Líbano, na terça-feira, após dois dias de negociações e visitas a áreas devastadas, Annan disse estar convencido de que os libaneses estavam levando a sério a preservação do cessar-fogo.
Um relatório da força da ONU no Líbano (Unifil) que Annan encaminhou ao ministro da Defesa israelense, Amir Peretz, demonstrou que o Hizbollah havia violado o cessar-fogo quatro vezes, enquanto Israel o fizera em quase 70 ocasiões.
Ontem porém, surgiram sinais sobre os limites da disposição do governo libanês para cumprir as exigências da resolução da ONU.
Um membro do gabinete libanês que pertence ao Hizbollah, Mohammed Fneish, disse que o grupo não libertaria os dois soldados israelenses capturados no mês passado, acrescentando que eles só seriam repatriados como parte de uma troca de prisioneiros.
E o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, rejeitou sugestões feitas por Kofi Annan e funcionários israelenses para que as negociações sobre o cessar-fogo conduzam a um acordo de paz entre os dois países. O Líbano, disse Siniora, "será o último país árabe a assinar um acordo de paz com Israel".


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