São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 2008

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Iraque faz novas exigências para acordo com os EUA

Bagdá quer retirada total até 2012 e fim de ataques a vizinhos a partir do Iraque

Condições são impostas depois que helicópteros americanos mataram oito na Síria; EUA admitem que "janela está se fechando"

DA REDAÇÃO

Novas exigências feitas ontem pelo governo iraquiano reduziram as chances de o presidente George W. Bush conseguir até o fim de seu mandato, em janeiro, um acordo com Bagdá sobre a permanência a médio prazo das tropas americanas no Iraque.
A Casa Branca pressiona Bagdá a aceitar o pacto bilateral que permitiria aos 144 mil soldados americanos ficar no país após o fim, em dezembro, do mandato da ONU. Mas o texto, que determina uma retirada dos EUA até 2012, vem enfrentando resistência de Bagdá, que quer uma saída mais rápida.
Em outro ponto contestado, o documento diz que a Justiça iraquiana não poderá processar soldados americanos, exceto por abusos cometidos fora do exercício de suas funções.
A perspectiva de um acordo ficou ainda mais distante com duas novas exigências formuladas pelo Iraque. Na primeira, o chanceler Hoshyar Zebari disse ontem à CNN que rejeita a possibilidade de prorrogação do prazo para a retirada -idéia estipulada no texto em discussão.
A segunda nova condição, revelada por um porta-voz de Bagdá, é a inclusão de uma emenda para proibir os EUA de usar o Iraque como base para atacar outros países.
Essa alteração no projeto de acordo reforça a oposição de Bagdá ao recente ataque de helicópteros americanos contra um alvo em território sírio, numa operação que partiu do Iraque e matou oito pessoas. Segundo militares americanos, a operação visou combatentes da Al Qaeda que penetram no Iraque pela Síria. Washington acusa Damasco de nada fazer para impedir esse fluxo. O governo sírio afirma que as vítimas eram civis, e ontem orquestrou uma manifestação anti-EUA que reuniu milhares de pessoas em Damasco.
A Casa Branca já admite a improbabilidade de Bush firmar um acordo. "A janela para um acerto com o Iraque está se fechando rapidamente", disse um porta-voz dos EUA.

Com agências internacionais



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