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Partidos 'somem' na Venezuela
da Reportagem Local
Na Venezuela, assim como na
Colômbia, também houve uma
pulverização dos partidos em con
sequência do desgaste político de
corrente do impeachment em 1993
do então presidente Carlos Andrés
Perez (Ação Democrática).
Desde 1958, o Copei (Comitê de
Organização Política Eleitoral e
Independente) e a Ação Democrá
tica se revezavam no poder.
Na eleição presidencial de 93, no
entanto, surgiram diversos peque
nos partidos e candidatos inde
pendentes. Além disso, houve uma
abstenção de cerca de 40%.
Como não há segundo turno, o
atual presidente, Rafael Caldera
Rodríguez, da pequena Conver
gência Nacional, acabou eleito
com apenas 30,5% dos votos váli
dos (18% do eleitorado total).
Essa pulverização deverá ocorrer
de novo na próxima eleição presi
dencial, em dezembro de 98.
Até agora, já existem cerca de 15
pré-candidatos, entre eles a miss
Universo 1981, Irene Sáez, que não
dá detalhes sobre seu programa de
governo, e o tenente-coronel da
reserva Hugo Chávez Frias, líder
de um fracassado golpe militar em
92, que se apresenta como guar
dião das riquezas da Venezuela,
em especial do petróleo.
Irene, prefeita de Chacao, subúr
bio de classe média alta de Caracas,
lidera com pouco menos de 40%
das intenções de voto. Deve se lan
çar pelo movimento Integração,
Renovação e Esperança, cuja sigla
é Irene, com apoio do Copei. A
Ação Democrática deve lançar o li
beral Claudio Fermín.
"A pulverização facilita o culto
ao personalismo", disse à Folha
José Vicente Carrasquero, profes
sor de ciência política da Universi
dade Simón Bolivar. "A imagem
do candidato é mais importante do
que seu programa de governo."
A eleição também será um teste
para a política econômica de Cal
dera, que iniciou seu mandato
com medidas protecionistas e po
pulistas, mas, nos últimos dois
anos, tornou-se mais liberal.
"Ele liberou o câmbio, abriu o
setor petrolífero e avançou na pri
vatização", afirma o cientista polí
tico. Mas, segundo ele, as medidas
têm sido graduais, a inflação anual
continua alta (35%) e a população
ainda não sentiu os efeitos positi
vos do pacote.
"Caldera não pode, nesse mo
mento, influenciar sua sucessão
com êxitos econômicos", diz Car
rasquero, que, no entanto, acredi
ta que o eleito deverá seguir o atual
modelo econômico. Na Venezue
la, não há reeleição.
(OD)
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