São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 2002

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ONU

Lista de bens que Bagdá não pode comprar cresce

DA REDAÇÃO

O Conselho de Segurança (CS) da ONU, a pedido dos EUA, aprovou uma resolução ontem expandindo a lista de produtos de uso civil que o Iraque não pode importar sem prévia autorização do CS. O texto passou por 13 votos a 0 -Rússia e Síria, entre os 15 votantes, se abstiveram.
O representante da Síria, Mikhail Wehbe, disse que Damasco não quis votar porque teme que a resolução venha a dificultar ainda mais a vida da população iraquiana. Já o embaixador russo, Sergei Lavrov, afirmou que Moscou é contra as limitações à importação de caminhões -segundo ele, a medida ameaça causar colapso nos transportes iraquianos.
Mas os EUA e seu sócio na apresentação da resolução, o Reino Unido, disseram que o texto impõe mais garantias contra a importação de bens civis que podem ser eventualmente usados para fins militares.
Washington e Londres disseram que Bagdá não deve interpretar a falta de consenso na votação como um sinal de divisões no CS a respeito da obrigação do Iraque de eliminar suas armas de destruição em massa.
O enviado do Iraque, Mohammed Ali, disse que a resolução vai agravar o sofrimento dos iraquianos, cujo país está sob embargo da ONU desde que invadiu o Kuait, em 1990.
A resolução modifica uma "lista revista de bens", de 300 páginas, negociada longamente por integrantes do CS em maio, mas reaberta no mês passado por insistência de Washington.
Os EUA conseguiram aprovar adições à lista, como drogas (que poderiam ser usadas para proteger soldados de armas químicas e biológicas) e barcos (os EUA temem que sirvam como bombas contra navios americanos).
Ontem, os inspetores de armas da ONU visitaram sete locais suspeitos no Iraque. O chefe de uma fábrica de mísseis, Mohammad Hussein, acusou a equipe de agir como "gângsteres". "Um grupo de 25 inspetores invadiu a fábrica, de um jeito que eu nunca vi, similar a uma gangue", declarou.


Com agências internacionais


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