São Paulo, sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

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Irã bloqueia jornal que relatou bofetada contra Ahmadinejad

Informação publicada pelo "El País" consta de um documento revelado pelo WikiLeaks

DA EFE

O Irã bloqueou o acesso à página do "El País" depois de o jornal espanhol ter publicado, anteontem, documento dos EUA revelado pelo WikiLeaks que relata agressão ao presidente Mahmoud Ahmadinejad pelo chefe da Guarda Revolucionária, Ali Jafari.
O bloqueio se estendeu ainda a outros endereços que repercutiram o vazamento. E nenhum veículo de imprensa iraniano noticiou o episódio.
O relato da agressão a Ahmadinejad, datado de 11 de fevereiro deste ano, é feito por um diplomata americano baseado em Baku, no Azerbaijão, que atribui a informação a uma fonte não identificada com acesso a Teerã.
Segundo o "El País", que divulgou o documento, Jafari teria agredido o presidente iraniano no rosto após acalorada discussão realizada em janeiro sobre a conturbada eleição presidencial de 2009.
O pleito, no qual Ahmadinejad obteve a reeleição, foi contestado pelos opositores, que alegaram fraude generalizada, desatando uma onda de protestos seguida de uma dura repressão pelo regime.
O motivo de discussão entre o presidente e o chefe da Guarda Revolucionária (braço militar do regime e ligado ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei) teria sido a suposta posição excessivamente "liberal" de Ahmadinejad.
O presidente teria defendido maior abertura do regime para conter o isolamento internacional do Irã depois da eleição, enfurecendo Jafari, que atribui a Ahmadinejad responsabilidade no caso.

BOLÍVIA E DUBAI
Também ontem, o governo da Bolívia rejeitou ter simulado uma ameaça terrorista no ano passado para justificar suposta perseguição a opositores, conforme afirma outro documento do WikiLeaks divulgado pelo jornal "El País".
"A Bolívia enfrentou e derrotou um grupo não apenas terrorista, mas separatista", afirmou o ministro do Governo (Interior), Sacha Llorenti.
Em outro despacho do WikiLeaks, autoridades dos EAU (Emirados Árabes Unidos) fornecem aos EUA dados dos cartões de crédito dos suspeitos de terem assassinado líder do grupo radical palestino Hamas em Dubai há cerca de um ano -a operação é atribuída a Israel.


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