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Calote e trânsito são empecilhos

Planejamento financeiro deve considerar fluxo de caixa menor devido a falhas na entrega

DE SÃO PAULO

Aderir a um modelo de negócio voltado exclusivamente ao delivery não se resume à contração de um motorista e à aquisição de um veículo.

O processo deve ser ancorado por planejamento financeiro que cubra um fluxo de caixa menor no caso de contratempos, como atraso na entrega devido ao trânsito e inadimplência de clientes.

Como a venda está atrelada a um meio de transporte, é preciso considerar a impossibilidade de atender a vários clientes de uma vez, como em lojas físicas, acrescenta Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). "Às vezes, é preciso repassar parte dos custos ao consumidor."

Cobrar taxa de entrega de R$ 5 foi a tática de Jefferson D'Angelo, 25, sócio do serviço de entrega de bebidas Boteco Delivery, para contornar cancelamentos de pedidos em cima de hora e vendas perdidas devido ao trânsito.

"No Natal, não consegui entregar para a região da avenida Paulista porque estava tudo parado. Perdi dinheiro."

O Boteco Delivery -cujo tíquete médio é de R$ 45- foi aberto em 2011 e está localizado no porão da casa dos pais do sócio de D'Angelo, Rafael Fontes, 21, que também são donos dos carros utilizados na entrega.

PRECAUÇÃO

Para prevenir-se de calotes e furto de equipamentos, a cabeleireira Matilde Borges, 54, dona de salão que leva seu nome, só atende a consumidores que conhece ou que são indicados por clientes.

"Uma coisa é alguém vir ao meu salão e não pagar; outra é eu dirigir até a casa da pessoa, gastar gasolina e fazer o serviço para não ganhar nada. O prejuízo é maior", diz.

Com baixo movimento no salão de segunda a quinta, Borges decidiu abrir o ponto só às sextas-feiras e aos sábados. Nos demais dias, faz penteados e cortes de cabelo na casa das pessoas. "Até o meio do ano, vou fechar o salão para não pagar aluguel."

O segmento de serviços é o mais favorável ao modelo delivery, diz Paulo Feldmann, presidente do Conselho da Pequena Empresa da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

O principal motivo "é o setor limitar-se à pessoa que presta o serviço, não a um produto que deve ser exibido ao cliente."

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